A reforma das regras de funcionamento do mercado da eletricidade na Europa, em vigor desde 2024, destaca a importância da existência de mercados a prazo como forma de proporcionar aos consumidores, incluindo os eletrointensivos, o acesso a preços mais competitivos e redução da exposição da volatilidade de curto prazo. A Comissão Europeia apresentou no passado dia 26 de fevereiro um novo pacote de medidas focado na competitividade da indústria e na acessibilidade a preços de energia competitivos, e reforça, uma vez mais, o papel fundamental dos contratos de longo prazo.
No ‘Clean Industrial Deal’ e no ‘Affordable Energy Action Plan’, os Power Purchase Agreements (PPA) – contratos de compra e venda de energia a longo prazo – são destacados como ferramenta-chave para a competitividade industrial europeia. De acordo com esta nova política, a Comissão irá clarificar as suas orientações para que os Estados-Membros criem soluções de financiamento de PPA e serão disponibilizados 500 milhões de euros para garantias a partir de um projeto piloto do Banco Europeu de Investimento. É um passo importante e na direção certa que permite ajudar as empresas na transição energética e assim poderem assinar contratos de longo prazo.
Na Península Ibérica, os PPA são uma ferramenta fundamental para a transição energética. Estes contratos de longo prazo entre produtores e consumidores de eletricidade oferecem preços estáveis e previsíveis, protegendo ambas as partes da volatilidade do mercado. Em Portugal, o recente anúncio da criação de uma plataforma eletrónica para o registo de PPA confirma que este é um tipo de contratação que deixou de ser um nicho e é um passo inicial para desenvolver este mercado. No entanto, os desafios persistem.
Para que os benefícios dos PPA cheguem a mais consumidores industriais, incluindo os de menor dimensão, é fundamental que existam mecanismos de garantia de risco de contraparte que cubram o risco de incumprimento do contrato por parte de consumidores sem ‘investment grade’. Garantias públicas dadas aos consumidores industriais, e onde o Banco Português de Fomento pode ter um papel crucial, reforçam a confiança dos investidores e dos bancos que financiam os projetos, facilitando assim o desenvolvimento de novos investimentos em energias renováveis. Não se trata da necessidade de subsidiar a produção, mas sim permitir preços de energia acessíveis para a indústria e dar garantias de longo prazo alinhadas com a vigência dos contratos PPA (~10 anos) e da vida útil dos ativos (~30 anos).
Desta forma, os baixos custos de produção de grandes projetos de energias renováveis irão chegar à economia real e contribuir para atrair novos investimentos industriais, incluindo de atividades eletrointensivas como data centers ou hidrogénio verde, que necessitam de preços de eletricidade estáveis e previsíveis para assegurarem o seu investimento e financiamento. Para o país, o ganho é claro: reforça a competitividade industrial e promove um círculo virtuoso de crescimento económico sustentado por uma matriz energética de baixo carbono e competitiva.
A transição energética exige quadros regulatórios que garantam estabilidade e previsibilidade para os investidores, sem comprometer a flexibilidade para os compradores de eletricidade. A Lightsource bp posicionou-se como líder no mercado de PPA, oferecendo acordos competitivos que proporcionam estabilidade de preços a longo prazo. Um exemplo concreto do impacto positivo dos PPA é o acordo coletivo de compra de energia entre a Lightsource bp e o The Fashion Pact, uma iniciativa de sustentabilidade na indústria da moda para projetos solares localizados em Espanha. Este contrato permite que empresas de menor consumo individual apoiem coletivamente projetos de energia renovável, acelerando a transição para energia limpa.
A complementaridade de diferentes recursos renováveis em Portugal oferece uma oportunidade única para fornecer aos clientes uma solução abrangente para as suas necessidades de aquisição de energias renováveis. Embora a nossa base assente num forte histórico de desenvolvimento solar fotovoltaico, estamos a integrar ativamente soluções de armazenamento e de hibridização com projetos eólicos onshore. Esta abordagem permite-nos otimizar o uso das infraestruturas de rede e disponibilizar aos nossos clientes um perfil de entrega de energia mais estável e ajustado às suas necessidades, assegurando simultaneamente soluções energéticas a custos competitivos.
Com uma carteira de projetos renováveis de 500MW recentemente desenvolvida na Península Ibérica, a Lightsource bp está pronta para satisfazer as necessidades energéticas dos seus parceiros empresariais. A sua experiência em projetos solares de grande escala permite-lhe fornecer soluções personalizadas que apoiam tanto a aquisição de energia renovável como o cumprimento dos objetivos de sustentabilidade dos seus clientes.
O alcance global da Lightsource bp permite-lhe oferecer adicionalidade e estruturas inovadoras através dos seus contratos, ao mesmo tempo que continua a investir no crescimento da sua carteira de projetos em Portugal, oferecendo oportunidades significativas a empresas e serviços públicos que procuram reduzir custos e ao mesmo tempo emissões de gases com efeito de estufa associadas ao seu fornecimento de eletricidade.