Os candidatos portugueses às eleições de junho para o Parlamento Europeu devem comprometer-se na campanha eleitoral com a defesa do clima e com a neutralidade carbónica até 2045, desafia o Pacto Climático Europeu.
Além da antecipação da neutralidade carbónica para 2045, a União Europeia deve mobilizar-se para reduzir 80% da dependência de combustíveis fósseis até 2030 e a neutralidade do setor energético em 2035, defende em comunicado o Pacto Climático Europeu, uma iniciativa do Pacto Ecológico Europeu, promovida pela União Europeia e que em Portugal é coordenada pela associação ambientalista Zero.
O desafio aos 21 candidatos que vão ser eleitos nas Europeias é oficialmente apresentado no sábado em Lisboa, no âmbito do “Festival Ativa Ação Climática”, que começa hoje e termina no domingo.
Aos candidatos pede-se que coloquem as questões ambientais no centro do trabalho político em Estrasburgo e Bruxelas e que se comprometam a defender as principais conclusões da última cimeira do clima da ONU, a COP28 (em 2023 no Dubai).
“Perante a emergência climática que o mundo atravessa, é fundamental que os candidatos de todos os partidos que concorrem em Portugal às próximas eleições europeias tenham as questões ambientais no centro das suas propostas políticas”, diz, citado no comunicado, Duarte Costa, embaixador do Pacto Climático Europeu para a ação climática.
O Pacto Climático Europeu defende a eliminação dos combustíveis fósseis e a transição para sistemas energéticos renováveis de forma justa, ordenada e equitativa, como forma de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus celsius nas próximas décadas.
“Os portugueses que forem eleitos para o Parlamento Europeu devem exigir reduções drásticas das emissões globais de gases com efeito de estufa nesta década, de acordo com as recomendações científicas”, afirma Duarte Costa.
O Festival Ativa é organizado pela associação ambientalista Zero e divide-se em workshops, música, dança, documentários, debates, expressões artísticas e atividades desportivas variadas.
Realiza-se no antigo mercado do Rato e no Campo Mártires da Pátria, em Lisboa, e tem como missão “envolver e mobilizar todas as pessoas numa verdadeira aliança pelo bem do planeta e de todos os seus ecossistemas”, afirma Islene Façanha, da organização.
O Pacto Climático Europeu tem como objetivo mobilizar as comunidades na Europa para os investimentos, atividades e processos que sejam progressivamente menos dependentes dos combustíveis fósseis.
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