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Países ocidentais insistem na marcação de eleições na Líbia

O governo, aceite pelas duas partes desavindas, tem o processo de organização muito atrasado. Embaixadas da França, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Reino Unido querem apressar o projeto.
  • Tripoli, Líbia
7 Maio 2021, 17h45

Os países ocidentais pediram ao governo interino da Líbia que inicie os preparativos para as eleições inicialmente planeadas para o país devastado pela guerra já em dezembro próximo, mas cuja preparação tem marcado passo, principalmente depois do último incidente que envolveu as duas fações que se confrontaram ao longo da guerra civil.

Recorde-se que o primeiro-ministro líbio, Abdul Hamid Mohammed Dbeibah, cancelou uma visita planeada na semana passada à província de Benghazi, depois de as milícias do general Khalifa Haftar (ex-insurgente) terem impedido a aterragem de um avião que transportava proteção do governo e pessoal de protocolo que pretendia antecipar a sua chegada.

A milícia Haftar – que assinou a paz com o governo central há alguns meses – ao bloquear a visita do primeiro-ministro ao seu reduto, parece deixar claro que o general rebelde não considera Dbeibah como legítimo representante do país, ao contrário do que disse após as eleições.

O governo interino da Líbia, que surgiu em março como resultado de um diálogo inter-líbio apoiado pela ONU, tem o mandato de conduzir o país às eleições em 24 de dezembro, mas os preparativos formais ainda não começaram.

“Além dos arranjos políticos e de segurança, os preparativos técnicos e logísticos serão críticos”, lê-se numa declaração conjunta das embaixadas da França, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Reino Unido na Líbia, convocando as autoridades a “chegarem a acordo constitucional e base legal para essas eleições até 1 de julho”.

“Agora não é o momento para quaisquer mudanças nos órgãos relevantes que permitam que essa preparação ocorra dentro do prazo estabelecido, mesmo que essa falta de mudança possa perturbar a hegemonia interna do governo interino, refere o comunicado.

Esta semana, o enviado especial da ONU à Líbia apresentou um projeto de proposta esclarecendo a base constitucional para as próximas eleições do plenário do Fórum de Diálogo Político da Líbia (LPDF). O esboço da proposta foi finalizado pelo Comité Jurídico do LPDF após uma reunião na capital tunisiana em 7 a 9 de abril.

Jan Kubis, o enviado especial do secretário-geral da ONU, encontrou-se recentemente com interlocutores e funcionários da Líbia para promover a implementação de um cessar-fogo mais consequente e do roteiro do LPDF que levará às eleições nacionais em dezembro. Kubis enfatizou que a realização das eleições nacionais é crítica para a transição da Líbia em direção à unidade, democracia, estabilidade e prosperidade.

No entanto, apesar desses desenvolvimentos políticos positivos, mercenários estrangeiros e um fornecimento constante de armas por potências estrangeiras continuam a ser obstáculos para uma paz duradoura no país, refere a ONU.

O grupo de origem russa Wagner, que pertence ao empresário Yevgeny Prigozhin, figura

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