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PAN evoca VOX para pedir respostas para a “exploração social e ambiental” na Costa Vicentina

André Silva classificou a Costa Vicentina como “Almeiria portuguesa” e lembrou que o descontentamento e insegurança sentido na província espanhola de Almeiria levou ao crescimento do partido de extrema-direita VOX.
13 Novembro 2019, 16h59

O dirigente do PAN, André Silva, questionou esta quarta-feira o primeiro-ministro sobre a a promoção de residência dos trabalhadores portugueses em contentores na Costa Vicentina. André Silva classificou a Costa Vicentina como “Almeiria portuguesa” e lembrou que o descontentamento e insegurança sentido na província espanhola de Almeiria levou ao crescimento do partido de extrema-direita VOX.

“O Estado português não pode institucionalizar a contentorização de pessoas”, defendeu André Silva, no primeiro debate quinzenal, sustentando que a habitação para os trabalhadores está a ser tratada como se fosse “o armazenamento de alfaias agrícolas”.

André Silva nota que, entre 2017 e 2019, foram dadas cerca de oito mil autorizações de residência, sem que tenha havido “um reforço dos serviços públicos”. O dirigente do PAN considera que a medida, aprovada em Conselho de Ministros, tem promovido “exploração social e ambiental” e “coloca em causa as boas práticas de integração das comunidades”.

O deputado referiu-se à Costa Vicentina com a “Almeiria portuguesa” e lembra que nessa província espanhola, onde o VOX foi a segunda força política mais votada, registavam-se problemas semelhantes aos da Costa Vicentina, como a “poliferação de estufas, fluxo de emigrações em condições precárias, muitas vezes em situação ilegal, e mesmo escravidão”.

“Em nome do crescimento económico, o Governos de Espanha nada fizeram ao longo dos anos e as tensões sociais aumentaram, alimentadas pela conhecida estratégia de pôr todos contra todos e pelas narrativas que exploram sentimentos de insatisfação e insegurança”, afirmou André Silva.

Em resposta a André Silva, o primeiro-ministro, António Costa, diz que a resolução do Conselho de Ministros “reduz para metade e não aumenta as áreas disponíveis para estas ocupações” e define as condições necessárias para o funcionamento dessas habitações, saneamento, eletricidade e telecomunicações.

“O que asseguramos é que as condições dessas habitações, não são as de armazenamento das alfaias agrícolas”, indica.

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