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Pandemia: 34% dos portugueses receiam colapso da Segurança Social e 20% temem perder o emprego

Se há uma semana 81% dos portugueses inquiridos apresentava elevada preocupação face à crise atual, hoje, são 90%. E 18% dos portugueses ativos antes da epidemia afirmam já ter perdido, mesmo que temporariamente, o seu emprego.
8 Abril 2020, 17h35

Cerca de 90% dos portugueses temem um impacto negativo na economia, um possível colapso da Segurança Social (34%) e a perda de emprego (20%), em resultado das restrições causadas pela pandemia de Covid-19. Apenas 13,5% dos consumidores se mostram otimistas e acreditam que se regresse à normalidade até ao fim de abril. Estas são algumas das conclusões dos dados apurados pela Kantar para a Centromarca.

Se há uma semana 81% dos portugueses inquiridos apresentava elevada preocupação face à crise atual, hoje, são 90%. E 18% dos portugueses ativos antes da epidemia afirmam já ter perdido, mesmo que temporariamente, o seu emprego.

Também o padrão de consumo se está a alterar com o aumento exponencial dos infectados pelo Covid-19. Nas semanas de 22 de março a 5 de abril, surgiu uma nova rotina de compras, a de contingência. Esta nova rotina implica ir às compras o menor número de vezes possível e levar uma maior quantidade de produtos por cesta, por forma a evitar a repetição da compra num curto espaço de tempo.

“É notória a alteração dos comportamentos dos portugueses com o facto de estarem a passar mais tempo em casa. O aumento do número de refeições tem implicações nos produtos escolhidos, na atenção que dão às mesmas, até como contributo para os seus momentos de descontração e lazer em família. Ao mesmo tempo, a vontade de ir às compras atenua-se com a crescente preocupação sentida com o evoluir da pandemia”, refere o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel.

Nova rotina de compras

O tipo de produtos comprados também sofreu alterações: abrandou a compra de produtos de higiene e limpeza, e verificou-se um maior gasto com o abastecimento alimentar.

“Num momento em que os portugueses estão privados de tempos de lazer e de socialização no exterior, ganham um particular destaque os produtos para se confecionarem sobremesas, assim como as bebidas alcoólicas e a alimentação congelada, desde a carne às refeições prontas”, refere a manufacturers sector director da Kantar, Marta Santos.

Relativamente ao armazenamento, segundo o estudo da Kantar, a maioria dos portugueses não planeia alterar a quantidade de produtos que compra, afirmando mesmo manter o número habitual ou não comprar produtos que antes não planeava fazer. Mas destaca-se a intenção do aumento da procura acima da média em algumas categorias, como os produtos para a limpeza das mãos, alimentos em conserva, fruta fresca, vegetais, massa, arroz, leite, pão, carne e peixe congelados e também café e chá.

No extremo oposto, o dos produtos em que os consumidores indicam planear uma redução da compra, encontram-se os doces, bolos, bolachas e as bebidas com álcool. Além destes, também as batatas, os snacks e os frutos secos, produtos de hidratação corporal/cremes de beleza, maquilhagem e fragrâncias podem esperar uma diminuição na procura nesta fase.

Páscoa atípica

“Esta vai ser uma Páscoa atípica, por todos os motivos. Em época de isolamento, os portugueses vão comprar menos e há segmentos de mercado, tradicionalmente fortes nesta época, que sofrerão um fortíssimo impacto. Chocolates, produtos de padaria e confeitaria, vinhos e bebidas espirituosas ou cosmética vão sentir os efeitos desta crise”, afirma Pedro Pimentel.

Em relação à procura pelo canal online, até ao dia 20 de março, 10% dos portugueses já afirmava estar a comprar mais na internet. Agora, os dados da Kantar revelam uma intenção de aumento de compra por parte de 17%, quando se fala em produtos alimentares.

Apenas 13,5% dos consumidores se encontram mais otimistas e acreditam que, até ao fim de abril, se recupere a rotina, sendo que uma fatia importante – 38,9% – não acredita que a sua vida volte à normalidade até ao final do verão.

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