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Pandemia deixou mais de dois milhões de portugueses em risco de pobreza em 2020

A taxa de pobreza ou exclusão social em 2020 foi 19,8%, quando se tinha fixado em 21,6% um ano antes.
Lisboa, Portugal
19 Fevereiro 2021, 11h36

Mais de dois milhões de portugueses ncontraram-se em risco de pobreza ou exclusão social em 2020, ano marcado pela pandemia da Covid-19, face aos rendimentos de 2019, indicam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira, 19 de fevereiro.

Segundo o indicador, que conjuga as condições de risco de pobreza, de privação material severa e de intensidade laboral per capita muito reduzida, 2.037 milhares de pessoas encontraram-se em risco de pobreza ou exclusão social em 2020 face aos rendimentos de 2019.

A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2019, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos inferiores a 6.480 euros anuais, significando 540 euros por mês. A taxa de pobreza ou exclusão social em 2020 foi 19,8%, quando se tinha fixado em 21,6% um ano antes.

Mais de metade da população portuguesa (51,3%) autoavaliou o seu estado de saúde como bom ou muito bom em 2020, mais 1,2 pontos percentuais (p.p.) que em 2019, apesar do país ser atingido pela pandemia, i

“2020 foi, entre os últimos cinco anos, o que registou a maior proporção de pessoas com 16 e mais anos com morbilidade crónica (43,2%) e o maior aumento anual do indicador (2 p.p.) e uma inversão em relação a dois anos de descidas sucessivas”, revela o INE.

Segundo os dados recolhidos e analisados pelo gabinete estatístico, em 2020 a taxa de privação material dos residentes em Portugal diminuiu para 13,5% (15,1% em 2019) e a taxa de privação material severa para 4,6% (5,6% em 2019).

“A informação recolhida sobre a privação material, de abril a setembro de 2020, confirma a tendência para a redução da privação, exceto no caso da falta de capacidade financeira para ter uma refeição de carne ou de peixe (ou equivalente a vegetariano), pelo menos de dois em dois dias, que aumentou de 2,3% em 2019 para 2,5% em 2020”, indica o gabinete.

Também a necessidade não satisfeita de consultas médicas nos 12 meses anteriores aumentou em 2020, tendo afetado 3,9% da população com mais de 16 anos, contrariando a tendência decrescente observada nos últimos cinco anos.

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2020 sobre rendimentos do ano anterior indica que 16,2% das pessoas inquiridas estavam em risco de pobreza em 2019, um valor que compara com 17,2% em 2018, mantendo-se a tendência para a redução do indicador.

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