A portuguesa Delta resolveu o problema que a Nespresso já deveria ter resolvido! Sim, deveria, porque o luxo e a qualidade também se querem sustentáveis. Há quem faça as suas escolhas de compra com base nesses valores e há quem delegue nas marcas esse esforço. No entanto, há que ter a consciência de que reciclar não é o mesmo que minimizar o lixo criado com uma solução biodegradável.

Num entrevista de John Sylvan, o homem que criou as cápsulas K-Cup, semelhantes àquelas que George Clooney usa para  nos encantar com a famosa frase “Nespresso. What else?”,garante que não as utiliza e apesar de ter transformado a forma como o mundo consome café diz “sentir-se mal” com as consequências que a inovação pode estar a ter no ambiente.

O impacto ambiental da quantidade de lixo produzido pela cápsula de café é ameaçador para todo o mundo. Por isso, encontrar uma solução deveria ser uma obrigação de quem lucra com este problema. E foi a portuguesa Delta que o fez.

Feitas à base de cana-de-açúcar, mandioca e milho, um composto chamado BioPBS, as novas cápsulas foram desenvolvidas no Centro de Inovação do Grupo Nabeiro, o que prova, mais uma vez, que sabemos fazer bem. A ideia não é nova, mas a Delta, a marca de café mais reconhecida em Portugal, vai comercializá-la, e só por isso merece o nosso orgulho. Vai dar ao seu consumidor uma alternativa, uma opção mais sustentável.

Claro que por ser totalmente biodegradável, o produto terá uma validade mais curta, de 90 dias, mas para quem sabe que não há Planeta B isso não deve ser um problema.

Eu confesso-me consumidora de Nespresso, mas há muito que esperava desta marca uma solução semelhante, que não chegou. A verdade é que nem todos os amores duram para sempre e há valores que falam mais alto.