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Paragem não pode condicionar negociações salariais na VW Autoeuropa, diz sindicato

“Os trabalhadores, como afirmaram nos últimos plenários e através do resultado expressivo da votação do pré-acordo (20 e 21 de maio), exigem aumento real do salário em 2021, com retroativos a Janeiro, como uma das respostas sérias às suas justas reivindicações”, avança o SITE Sul.
15 Junho 2021, 18h00

As novas paragens de produção por falta de componentes, anunciadas no final da semana passada, como a que deverá iniciar-se esta quinta-feira) não podem servir para condicionar o processo reivindicativo, defende a Comissão Sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE Sul) na VW Autoeuropa. Sindicato insiste na exigência de respostas às reivindicações salariais e aos problemas colocados.

“Os trabalhadores, como afirmaram nos últimos plenários e através do resultado expressivo da votação do pré-acordo (20 e 21 de maio), exigem aumento real do salário em 2021, com retroativos a Janeiro, como uma das respostas sérias às suas justas reivindicações”, avança o SITE Sul nesta terça-feira, 15 de junho.

Segundo o sindicato, a administração, ao protelar o reinício da negociação, “continua a assumir uma postura que, além de não contribuir para a solução, aumenta o descontentamento no seio dos trabalhadores”.

O SITE Sul reafirma que a administração tem todas as condições para responder aos anseios dos trabalhadores, pelo que, diz, “deve retomar as negociações e abandonar a desrespeitosa posição que tem assumido em relação àqueles que têm sido determinantes para que a empresa atinja resultados de sucesso ao longo dos anos”.

Esta estrutura sindical recorda ainda que a VW Autoeuropa tem tido múltiplos apoios legais, económicos e financeiros por parte do Estado português, como recentemente sucedeu com o recurso ao lay-off simplificado e apoios à retoma da economia.

Queixas sobre os ritmos de trabalho

A Comissão Sindical do SITE Sul afirma que continua a ser contactada diariamente por muitos trabalhadores que apresentam queixas relacionadas com “ritmos de trabalho extenuantes e elevadas cargas de trabalho”, principalmente na área da Montagem. “Também o mix praticado nas linhas desta área em nada contribui para que as condições de trabalho sejam as desejadas, no sentido de preservar a saúde dos trabalhadores”, frisa o SITE Sul.

De igual forma, prossegue, “os horários praticados em nada contribuem para a recuperação física e psicológica dos trabalhadores”, salientando que tendo em conta estas situações, a administração e a direção da área deveriam intervir, fazendo os investimentos necessários, no sentido de “melhorar no imediato” as condições de trabalho.

Autoeuropa vai suspender produção por falta de componentes

A paragem vai iniciar-se às 00:00 do dia 18 e estender-se até às 24:00 do dia 27, sendo a produção retomada no turno da noite do dia 28 de junho.

A Autoeuropa vai suspender a produção entre 18 e 27 de junho devido à falta de “componentes críticos”, mas a atividade de prensas mantém-se, comunicou a empresa aos trabalhadores.

“Informamos todos os colaboradores e parceiros que a produção será interrompida entre os dias 18 e 27 de junho. A produção no dia 17 está sujeita a confirmação posterior”, lê-se numa nota da Autoeuropa, enviada aos trabalhadores no final da semana passada.

Segundo o mesmo documento, esta suspensão deve-se “à falta de diversos componentes críticos”, que está relacionada com a escassez mundial de semicondutores.

No entanto, a atividade das unidades de negócio da área de prensas mantém-se.

“A área de montagem irá recuperar os cerca de 4.300 carros já em parque com falta de outras peças. Outras atividades estarão sujeitas à confirmação da sua necessidade”, acrescentou.

A nota interna enviada aos trabalhadores esclareceu ainda que as ausências serão cobertas com a marcação de ‘downdays’ coletivos (dias de não produção remunerados).

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