No dia 19 de julho, assisti a uma missa especial em St James’s Palace, em Londres, na qual se celebrou a antiga aliança entre Reino Unido e Portugal.  O tema aliança – antiga e moderna – está no cerne da nossa relação. O meu trabalho como Embaixador Britânico consiste em assegurar que a nossa amizade histórica continua a crescer por muito tempo no futuro.

E quando pensamos na relação futura com Portugal é evidente que a ciência e a inovação devem ser um dos seus pilares. Nas minhas deslocações em Portugal é recorrente encontrar excelentes investigadores que estudaram ou conduziram as suas investigações no Reino Unido, ou que têm fortes ligações com universidades e centros de investigação britânicos. Mais de metade dos projetos de investigação portugueses, no âmbito do programa Horizonte 2020 da EU, têm, pelo menos, um parceiro britânico.

Começamos também a ver colaborações mais formais entre instituições britânicas e portuguesas, como a parceria entre o Data Science Institute do Imperial College e o INESC-TEC no Porto.  Outro exemplo é a parceria bem sucedida entre as Universidades de Lancaster e NOVA de Lisboa. Na semana passada, o Imperial College e a Fundação para a Ciência e Tecnologia assinaram um importante acordo para promover a colaboração em matéria de investigação.

Neste contexto de crescente colaboração científica entre os dois países, o Reino Unido participou, como país convidado, no Encontro Ciência 2019 – a reunião anual da comunidade científica portuguesa –, entre 8 e 10 de julho. A delegação britânica, chefiada pela Professora Carole Mundell, Conselheira Científica Principal do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, incluiu mais de 40 investigadores britânicos de áreas que vão da nanotecnologia às alterações climáticas e astronomia, entre outras.

Os intervenientes portugueses, nomeadamente o Governo e os sectores académico e empresarial, foram unânimes no entusiasmo relativamente ao futuro da colaboração científica entre Reino Unido e Portugal, desejando que aquele continue a ser um participante ativo no panorama científico europeu. Apesar de o Reino Unido poder estar de saída da União Europeia, estou convencido de que o potencial para a colaboração científica luso-britânica permanece ilimitado.

Na semana passada, o ministro Manuel Heitor foi a Londres assinar um acordo que confirma a plena participação do Reino Unido no AIR Centre, uma iniciativa portuguesa que visa promover a colaboração científica no Atlântico. O ministro testemunhou também a assinatura de um Memorando de Entendimento entre as agências espaciais britânica e portuguesa. Ambos os acordos abrem possibilidades fantásticas em termos de futuros projetos de investigação e ganhos económicos.

Estes são apenas alguns exemplos do dinamismo e ímpeto positivo da nossa relação bilateral, que, acredito firmemente, vai intensificar-se ainda mais nos próximos anos.