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Parpública com lucros de 46,5 milhões mas alerta para necessidade de colocar a TAP “numa trajetória de resultados positivos”

A evolução positiva da Parpública deve-se essencialmente aos resultados positivos das atividades operativas, à redução da dívida e dos juros associados e ainda aos dividendos recebidos. A Parpública vincou que a “magnitude” dos prejuízos da TAP impõe a necessidade de recolocar a companhia área na rota dos resultados positivos no segundo semestre do ano.
Miguel Cruz, Presidente da Parpública
30 Setembro 2019, 14h43

A Parpública apresentou um resultado líquido consolidado de 46,5 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que compara com o prejuízo de 8,4 milhões registado em igual período do ano passado.

holding do Estado, liderada por Miguel Jorge de Campos Cruz, disse que os lucros reportados nos primeiros seis meses do ano foram obtidos “apesar da sazonalidade reconhecida nalgumas atividades e empresas, que tradicionalmente condiciona os resultados consolidados do primeiro semestre”.

Neste contexto, a Parpública justificou os prejuízos da TAP de 119,7 milhões de euros que  se explicam pela “existência de uma forte sazonalidade do negócio de transporte aéreo”. Ainda assim, porque a holding do Estado não dispõe do controlo de gestão da companhia aérea, apesar de deter 50% do capital social, os resultados da TAP não foram “objeto de consolidação integral”.

Para o segundo semestre de 2019, a Parpública alertou que “a magnitude dos prejuízos” da TAP registados em 2018 e no primeiro semestre deste ano impõem a “necessidade de aprofundar os mecanismos de acompanhamento estratégico e de partilha de informação de gestão (…) com o objetivo de recolocar a companhia numa trajetória de resultados positivos, e de dar continuidade a uma evolução operacional positiva”.

Tal é “desejável” e “possível” devido “aos investimentos entretanto efetuados, os quais possibilitaram à TAP obter importantes ganhos de eficiência e expandir-se para novos mercados”, lê-se no comunicado.

No relatório e contas consolidadas do primeiro semestre de 2019, apresentado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a holding do Estado explicou que a evolução do resultado líquido se deve aos resultados positivos das atividades operativas – à semelhança do primeiro semestre de 2018 – e também à redução do endividamento.

“Esta redução, e a inerente diminuição dos juros suportados, tem vindo a contribuir de forma muito significativa para a obtenção de resultados líquidos positivos e para a consolidação da situação financeira da holding e do Grupo”, lê na nota.

Nos últimos três anos a dívida da Parpública caiu de de 3,6 mil milhões, em 2017, para 1,5 mil milhões, em junho de 2019. Já os encargos com a dívida passaram de 88,1 milhões de euros para 33 milhões.

Também os dividendos recebidos em 2019 contribuíram para a evolução positiva do resultado líquido da Parpública, que subiram 11% em termos homólogos para 63,9 milhões de euros.

Destaque para o contributo do Grupo Águas de Portugal (AdP) para o resultado consolidado. “No período em análise as empresas do Grupo AdP alcançaram um resultado líquido de 47,7 milhões de euros, superior em cerca de 3,5% ao alcançado no primeiro semestre de 2018”.

“A melhoria dos resultados no universo AdP está associada a um aumento do volume de negócios e do nível de eficiência operacional, que permitiu o aumento do EBITDA, mas também à diminuição dos custos financeiros”, disse a Parpública.

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