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Passe semanal, deixar Coimbra e a independência financeira. Como a Lime mudou em 12 meses

Apostar no cliente é um dos focos da empresa para 2020, sendo o LimePass o primeiro passo, uma vez que este método faz com que o utilizador poupe metade do que está a gastar atualmente, de acordo com a Lime.
  • Nuno Inácio, diretor de expansão da Lime em Portugal
21 Janeiro 2020, 07h25

Disponível um pouco por todo o mundo, sendo Lisboa uma das cidades de destaque para a empresa, as trotinetes Lime parecem acelerar com inovação. Em entrevista ao Jornal Económico, Nuno Inácio, diretor de expansão da Lime em Portugal, explica que têm realizado ações dinamizadoras focadas no utilizador e em novos públicos que querem atrair, bem como o balanço do primeiro ano de atividade na única cidade em que a empresa opera em Portugal.

Quem aceder à aplicação da empresa de mobilidade suave pode verificar que existe uma nova funcionalidade: a LimePass. “Somos os primeiros, de todos os players nesta indústria, a lançar um passe semanal”, começa por explicar Nuno Inácio, admitindo que este tem um preço fixo de 4,99 euros e que “dá direito a desbloqueios ilimitados durante os sete dias da semana”.

Apostar no cliente é um dos focos da empresa para 2020, sendo o LimePass o primeiro passo, uma vez que este método faz com que o utilizador poupe metade do que está a gastar atualmente. Esta redução de preço no serviço vai “fazer com que o nosso utilizador de Lisboa tenha uma utilização ainda mais recorrente e vai ainda democratizar o serviço de trotinetes partilhadas”, sendo que esta é uma opção “a um preço interessante e reduzido”.

Neste caso, o utilizador só paga os minutos que consome, uma vez que o preço de desbloqueio diário está englobado nos 4,99 euros. “O passe semanal dá hipótese para as pessoas gerirem os seus consumos durante o mês”, optando por utilizar consoante as suas necessidades. Uma das principais diferenças entre um passe semanal e um mensal é que o primeiro se ajusta às necessidades do utilizador, enquanto na utilização mensal os utilizadores sentem uma certa obrigação à sua utilização.

“A equipa de Lisboa quis que o preço deste passe fosse ajustado ao mercado. Em Espanha, por exemplo, está a ser comercializado a 5,99 euros”, explica o diretor de expansão. “Quisemos que o preço fosse muito acessível ao utilizador, na ótica de adaptarmos as nossas operações aos mercados locais”, admite.

Do zero ao boom em Lisboa. Como foi 2019 para a Lime?

Com as atividades iniciadas em outubro de 2018, Nuno Inácio explica ao JE que se verificou o boom inicial no número de utilizações nos primeiros três meses, mas que 2019 também verificou ser um ano “bastante positivo”, que fechou com dois milhões de viagens, dois milhões de quilómetros percorridos e 120 toneladas de CO2 poupadas, bem como diversas atividades desenvolvidas em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa.

Um dos locais onde a Lime reforçou a sua presença foi junto a estações de transportes públicos na parte de noite. “Muitas vezes há o decréscimo de transportes públicos durante a noite e o utilizador pode ter acesso ao nosso serviço”, de forma a ajudá-lo a poupar tempo e preocupações.

No âmbito da Lisboa Capital Verde Europeia 2020, Nuno Inácio admite que a CML realizou um pacto de mobilidade com diversas entidades, e que a Lime foi uma das contempladas. “É uma parceria bastante positiva que temos com a CML. Desde o momento zero que a parceria teve a ousadia de arriscar e lançar antes das trotinetes serem uma mobilidade tão conhecida”, destaca o responsável.

Relativamente a Coimbra, que encerrou operações ao fim de seis meses, o diretor de expansão admite que a cidade dos estudantes “tinha muito interesse em ter as nossas trotinetes”, demonstrando interesse pro-ativo em ter a mobilidade suave a operar nas ruas. “Tínhamos uma estratégia de expansão para a zona Centro, em que iríamos ter um hub a servir Coimbra e outras cidades da zona Centro”, aponta.

“No entanto, a expansão para a zona Centro não correu como o esperado e achamos que faz sentido ter o melhor serviço – a trotinete no sítio certo à hora certa com o preço correto – nas condições de serviço ideais e decidimos pausar as nossas operações para avaliar a estratégia de expansão”, revelou o responsável. “Até que se verifiquem as condições ou que haja possibilidade, podemos expandir para outras cidades da zona Centro e teremos todo o interesse em voltar [a Coimbra]”.

O que aguarda 2020 para a empresa presente em 50 cidades mundiais?

Um dos objetivos colocados em cima da mesa por Nuno Inácio é a independência financeira da empresa, não só em Lisboa mas no seu todo. “Nós queremos focar-nos onde achamos que conseguimos ser financeiramente sustentáveis nas nossas operações”, explica, apontando que todos os novos lançamentos terão de ter essa premissa em conta.

“Hoje, que temos um conhecimento de negócio muito maior, conseguimos perceber onde é que poderemos ser rentáveis ou não, considerando as condições de operação, políticas, ambiente macro e micro-económico nessas cidades”, revela.

Questionado se existem cidades em pipeline para a circulação futura de trotinetes Lime, o diretor de expansão assume que sim mas “sempre com uma avaliação caso a caso nessas mesmas cidades”. Relativamente ao Porto, considerada uma das cidades onde é mais difícil operar, Nuno afirma que estão avaliar o regulamento e a licitação “para decidir se nesta fase, nos faz sentido avançar ou não”.

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