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Paulo Guichard: “Quando cheguei a Portugal sabia o que me esperava e a cruz que tinha a carregar às costas”

“Fui surpreendido com mandado de captura. Foi uma surpresa, fiquei estupefacto mas respeito e respeitarei sempre as razões das autoridades e estarei sempre aqui para, de forma correta e objetiva, assumir as minhas responsabilidades e erros que tenha feito e para enfrentar futuro com dignidade”, disse o ex-administrador do BPP após a saída de Custóias.
14 Outubro 2021, 17h01

O ex-administrador do Banco Privado Português (BPP), antigo número dois de João Rendeiro, abandonou esta quinta-feira o estabelecimento prisional de Custóias, em Matosinhos, após o Supremo Tribunal da Justiça ter decidido libertar Paulo Guichard. Aos jornalistas, e uma semana depois de ter sido detido à saída do aeroporto, admite que sabia o que o esperava mas que o Supremo Tribunal repôs a justiça.

Questionado sobre a possibilidade de voltar a ser preso, Guichard afirma que “quando cheguei a Portugal sabia o que me esperava e sabia a cruz que tinha de carregas nas costas”, referindo-se ao caso BPP e à sua ligação próxima com o ex-banqueiro fugido à justiça portuguesa. Para o antigo administrador do BPP, a decisão de libertação imediata do Supremo Tribunal “repôs a justiça e verdade em relação à situação”.

Caso volte a ser detido, Paulo Guichard admite que entra na prisão “da mesma forma que saí hoje, irei voltar de cabeça erguida e com o desejo de ser melhor”.

Cheguei ao Aeroporto de Pedras Rubras [nome mudado em 1990 para Aeroporto Francisco Sá Carneiro] para me apresentar voluntariamente às autoridades e fui surpreendido com mandado de captura. Foi uma surpresa, fiquei estupefacto mas respeito e respeitarei sempre as razões das autoridades e estarei sempre aqui para, de forma correta e objetiva, assumir as minhas responsabilidades e erros que tenha feito e para enfrentar futuro com dignidade”, disse.

Paulo Guichard assume que entregou o passaporte à juíza conforme o solicitado, tendo ainda informado “que não tenho nem nunca quis ter passaporte brasileiro. Sou cidadão português com muita honra e assim serei até morrer”.

O ex-administrador refere ainda que “há fragilidades em vários processos em Portugal e que no processo BPP há fragilidades que têm de ser assumidas pelas pessoas”. Relativamente ao tema João Rendeiro, Guichard volta a referir que o ex-banqueiro “tem de assumir as coisas que fez”. “Fui é um ato de cobardia e enfrentar é um ato de coragem. Fugir é sempre um ato de cobardia”.

Questionado sobre se falou com João Rendeiro após a fuga, Guichard admite que não e que caso tivesse falado, “teria falado com as autoridades” em seguida para informar da situação”.

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