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PCP diz que vai continuar a “lutar” por um salário mínimo nacional acima de 659 euros

O líder parlamentar do PCP afirmou hoje que a opção pela abstenção ao Orçamento de 2021 foi tomada com “total liberdade”, mas advertiu que o seu partido nunca será primeiro violino de uma orquestra dirigida por sociais-democratas.
  • Manuel de Almeida/LUSA
28 Novembro 2020, 17h39

Estas posições foram transmitidas por João Oliveira na tarde do segundo de três dias do XXI Congresso do PCP em Loures, distrito de Lisboa.

Um discurso em que o líder parlamentar do PCP defendeu que a estratégia dos comunistas definida há quatro anos se revelou acertada e em que considerou que o seu partido alcançou em negociações com os governos minoritários do PS “melhorias das condições de vida que ficarão para a história e que são uma espinha atravessada na garganta do grande capital”.

Na parte final de uma intervenção com cerca de dez minutos, o líder parlamentar do PCP procurou deixar duas garantias de ordem política sobre o rumo futuro da sua força política: “Não seremos interpretes ou executantes de nenhuma melodia escrita pelo capital e seus representantes reacionários, nem seremos o primeiro violino de uma orquestra dirigida por sociais-democratas”.

Perante os delegados comunistas, João Oliveira procurou sobretudo justificar as razões que levaram o PCP a viabilizar através da abstenção a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021.

O líder parlamentar comunista apresentou então algumas das medidas que a sua bancada conseguiu introduzir na versão final da proposta de Orçamento, destacando matérias como os investimentos no Serviço Nacional de Saúde, a contratação de profissionais para as forças de segurança e para a educação, aumentos das pensões mais baixas, o lay-off a cem por cento, os subsídios de desemprego e de risco, entre outras.

E deixou a entender que ainda faltará cumprir pelo executivo outras matérias extra-orçamento.

“Continuamos a lutar por um aumento do salário mínimo nacional maior do que aquele que o Governo anunciou [659 euros], para que sejam revogadas as normas gravosas da legislação laboral e se avance para um aumento geral dos salários, incluindo a administração pública”, apontou.

Depois de ter reivindicado estes “avanços” no Orçamento, João Oliveira procurou assegurar que a bancada comunista, no plano político, “agiu com total liberdade e independência, distanciando-se das opções que o Governo assumiu, mas não desperdiçando o que a luta dos trabalhadores e a intervenção do PCP permitiram que se alcançasse”.

“Não falta quem queira limitar e condicionar a liberdade e independência do PCP, uns procurando que o partido lhes sirva de instrumento na estratégia para retomar ainda com mais força a política de exploração e empobrecimento interrompida em 2015; outros procurando condicionar o PCP na denúncia das opções da política de direita que comprometem o futuro do país”, declarou o presidente do Grupo Parlamentar comunista.

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