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PCP insiste na nacionalização do Novo Banco para acabar com gestão de “interesses monopolistas”

Os comunistas acusa o fundo norte-americano Lone Star, que detém 75% do Novo Banco, de usar a garantia pública concedida pelo atual Governo para pedir dinheiro ao Estado, enquanto cria condições para lucrar com a venda o banco.
5 Agosto 2019, 12h56

O Partido Comunista (PCP) insiste que a nacionalização do Novo Banco é a solução que melhor teria servido os interesses do país e dos portugueses. Os comunistas acusa o fundo norte-americano Lone Star, que detém 75% do Novo Banco, de usar a garantia pública concedida pelo atual Governo para pedir dinheiro ao Estado, enquanto cria condições para lucrar com a venda o banco.

“A venda do Banco pelo atual Governo alinhado com as imposições da Comissão Europeia, determinou não só a perda de um importante instrumento de política económica e financeira e a sua integral devolução à mesma gestão que o fez colapsar: a gestão privada”, afirma o PCP, em comunicado, acrescentando que são os portugueses que continuam “a pagar os custos de uma política de gestão ao serviço dos interesses monopolistas”.

O PCP diz ainda que os prejuízos de cerca de 400 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, que foram revelados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) na passada sexta-feira, mostram como foi “ruinoso” o processo de venda do banco e como continua a implicar custos para “o Fundo de Resolução, leia-se ao Estado português”.

“Como já vem sendo habitual, no próprio dia da apresentação das contas a administração do Banco veio de imediato anunciar mais um pedido de 540 milhões de euros ao Fundo de Resolução, leia-se ao Estado português. A Lone Star usa mais uma vez a garantia pública de 3,9 mil milhões de euros que o atual Governo lhe concedeu, num processo de venda do Banco ruinoso para o país”, indica.

Desde a Resolução do BES, em agosto de 2014, foram entregues pelo Estado português ao Novo Banco mais de 7 mil milhões de euros. Os comunistas notam ainda que o novo pedido da Lone Star para um aumento de capital do banco acontece, “no preciso momento em que o banco, que já reduziu em mais de 2.000 o número de trabalhadores” e se prepara para despedir mais 400 trabalhadores.

“O Estado paga para limpar os ativos problemáticos, paga o despedimento de trabalhadores e a Lone Star cria as condições para vir a vender o banco e retirar dessa venda um lucro significativo como faz habitualmente”, defende o partido liderado por Jerónimo de Sousa.

Os comunistas dizem ainda que a privatização foi “uma má opção com custos que podem ultrapassar os 10.000 milhões de euros” e defendem a nacionalização do Novo Banco. “A solução que melhor teria servido os interesses do país e dos portugueses, como o PCP defendeu e continua a defender, é a nacionalização do banco”, realçam.

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