O Partido Comunista (PCP) mantém a intenção de realizar a Festa do Avante em setembro, apesar de os novos casos de Covid-19 continuarem a aumentar na Área Metropolitana de Lisboa. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, garante que estão a ser ponderadas as circunstâncias em que vai acontecer o evento, que marca anualmente a ‘rentrée’ comunista, e promete “sentido de responsabilidade”.
“Pela enésima vez, dizer que a festa está marcada desde o ano passado, estamos a pensar realizá-la, acompanhada naturalmente de uma avaliação das circunstâncias em que ela se vai realizar”, disse Jerónimo de Sousa, no final de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o Orçamento Suplementar e o Programa de Estabilização do Governo, onde foi abordada também a situação epidemiológica em Lisboa.
O líder comunista referiu que o partido tem orientado a sua atividade pelo “sentido de responsabilidade” e pela intenção de “regresso à normalidade”, sem com isto comprometer a saúde pública. “Mantemos a Festa do Avante, mas pesaremos e bem as circunstancias em que se possa realizar”, assegurou.
A Festa do Avante está marcada para os dias 4, 5 e 6 de setembro, na Quinta da Atalaia, no concelho do Seixal, que faz parte da Área Metropolitana de Lisboa.
No final de maio, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou um diploma aprovado no Parlamento que impede a realização, até 30 de setembro, de festivais e espetáculos culturais e artísticos como medida excecional devido à pandemia da Covid-19. O chefe de Estado esclareceu, no entanto, que o diploma não proíbe os festivais de “iniciativa política”, como é o caso da Festa do Avante.
“Quer isto dizer que, se uma entidade promotora qualificar como iniciativa política, religiosa, social o que poderia, de outra perspetiva, ser encarado como festival ou espetáculo de natureza análoga, deixa de se aplicar a proibição específica prevista no presente diploma”, lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República.
A decisão recebeu críticas, sobretudo dos partidos à direita e de vários promotores de festivais, e levou a criação de uma petição pública pela “anulação imediata” da Festa do Avante, que conta já com mais de 17.194 assinaturas. Os promotores da iniciativa consideram que a festa anual do PCP deve ter um “tratamento igual” à dos festivais, que estão proibidos até ao fim de setembro.
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