O número de novos militantes recrutados pelo Partido Comunista Português (PCP) no primeiro trimestre deste ano foi “superior ao de todo o ano de 2020”. O anúncio foi feito esta quinta-feira, num artigo de opinião publicado no jornal “Avante” pelo dirigente comunista Paulo Raimundo, que integra a comissão política e o secretariado do PCP (os órgãos executivos do partido liderado por Jerónimo de Sousa).
“Não escamoteando dificuldades e problemas, aliás em grande parte identificadas quer no XXI congresso quer no dia-a-dia da nossa intervenção, a verdade é que são muitos aqueles que se juntam ao partido, sendo que em muitas organizações o número de recrutamentos realizados no primeiro trimestre deste ano é superior ao de todo o ano de 2020”, lê-se no artigo de opinião de Paulo Raimundo “Sejam bem-vindos!”.
Numa altura em que o PCP assinala o seu centenário, Paulo Raimundo sublinha que, “apesar de toda a intoxicação e raiva contra o partido”, esses militantes decidiram, “na larga maioria, por sua iniciativa própria bater à porta do PCP para a nós se juntar”.
“Certamente que está presente nesta adesão significativa o reconhecimento da coerência, determinação, coragem e capacidade de organização do PCP, que perante uma situação tão exigente soube encontrar e concretizar as medidas de segurança sanitárias necessárias para garantir a necessária proteção e condições para intervir”, indica.
O PCP já tinha assumido, no projeto de resolução político, que foi discutido no XXI congresso do partido em novembro, que se impõe “promover o recrutamento de novos militantes como ação regular das organizações, que devem estimular os militantes a ter essa prática”. Isto porque, segundo esse mesmo documento, o partido liderado por Jerónimo de Sousa perdeu mais de quatro mil militantes desde 2016.
O partido tinha, na altura, 49.960 militantes, ou seja, menos 4.320 do que em 2016. A justificar essa redução esteve “o facto de o número de recrutamentos não ter compensado o número de camaradas que deixaram de contar como membros do partido, principalmente em consequência de falecimentos”.
O documento revelava ainda que “nos últimos anos foram recrutados 3245 novos militantes, dos quais 67% tinham menos de 50 anos quando aderiram ao partido”. Entre os militantes, 11,4% têm menos de 40 anos, 39,5% têm entre 41 e 64 anos e 49% mais de 64 anos. A “larga maioria” dos militantes do partido eram então “operários e empregados”, mas o número de mulheres tem vindo a aumentar.
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