São 18 horas de um dia útil de setembro. Na Avenida da Boavista, várias bicicletas passam por cima de uma faixa avermelhada enquanto dezenas de carros estão parados nos semáforos com duas vias para cada lado. Há um ano que os velocípedes têm aproveitado a ausência do futuro autocarro rápido a hidrogénio que irá servir uma das mais compridas vias da cidade do Porto. Quem dá ao pedal sabe que no futuro deixará de conseguir percorrer a avenida em segurança: a construção de uma via em cada sentido para os autocarros rápidos deixará de fora os ciclistas, que ficaram sem espaço próprio para que se mantivessem duas vias em cada lado para os automóveis. O mesmo acontece em tantas outras ruas da cidade do Porto: os carros conservaram o seu espaço nos últimos anos apesar de todas as medidas tomadas para incentivar a procura pelo transporte público.
Pedro Duarte ganhou as eleições autárquicas no Porto, com os transportes públicos grátis para todos os residentes como medida-bandeira. Apoiado por PSD, CDS-PP e IL, o ex-ministro quer estender o benefício que já existe para os menores de 23 anos. Acima dessa idade, os aderentes ao cartão Porto têm 22 viagens grátis por ano em todos os meios de transporte do concelho. A promessa do novo autarca representa mais 25 milhões de euros por ano para as contas da câmara. O montante corresponde, por exemplo, à encomenda de 60 autocarros elétricos normais ou 60 autocarros articulados a gás natural para a STCP, empresa inter-municipal rodoviária. Durante a campanha, o rival apoiado pelo PS, Manuel Pizarro, apenas admitiu alargar o transporte gratuito aos residentes seniores.
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