Pedro Nuno Santos, refere que “o Governo não tem nenhum prazer especial em injetar 1.200 milhões de euros numa empresa”. O Ministro das Infraestruturas e da Habitação esteve esta quarta-feira no programa ‘Grande Entrevista’ da “RTP3”, onde começou por comentar a forma como os portugueses olham para os valores envolvidos no negócio.
“Portugueses têm motivos para sentir essa inquietação. Uma grande parte sente que a sua vida não sai da cepa torta. Hoje enfrentamos um momento de profunda recessão e isso está a ter consequências nos rendimentos e emprego de muitos portugueses e olham para um valor desta dimensão com alguma perplexidade e temos consciência disso”, afirma.
Pedro Nuno Santos considera que as comparações com o Novo Banco é errada. “Se quisermos fazer alguma comparação com bancos então devíamos fazer com a Caixa Geral de Depósitos, que foi capitalizada em cinco mil milhões de euros, alvo de um plano de reestruturação e para mim continua a ser o melhor banco e dos mais importantes do país”.
Sobre as criticas em relação ao processo de negociação, o Ministro das Infraestruturas e da Habitação salienta que o que estava em causa “era sabermos se deveríamos salvar uma empresa que tem uma importância critica para a economia nacional ou deixá-la cair. Deixar cair significaria um custo tremendo para a economia nacional muito superior a 1.200 milhões de euros”.
O Ministro relembra que a TAP exporta 2,6 mil milhões de euros por ano e como tal, o Governo não pode ter medo de tomar decisões que são importantes e tem de fazer aquilo que acha correto. “Para nós era claríssimo que perder a TAP teria consequências muito mais gravosas do que, e isso já não é pouco, do que os 10 mil desempregados que teríamos se a TAP viesse a falir”.
Não sendo uma opção deixar cair a companhia aérea, Pedro Nuno Santos salienta que o Governo tentou negociar com os privados uma solução. “Impusemos algumas condições que para nós são equilibradas e razoáveis, fizemos ainda algumas alterações que continuaram a não ser aceites. Partimos para a negociação direta com os sócios para que a sua saída pudesse desbloquear o impasse. Ninguém pode dizer que está satisfeito com uma intervenção, ninguém está, mas nós perante um problema tivemos que agir”.
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