O CEO da Jerónimo Martins (JM), Pedro Soares dos Santos, considerou hoje, a propósito das eleições legislativas que se realizam no domingo, que “era bom que os portugueses pensassem em algum tipo de mudança”.
“Estamos mesmo às portas das eleições, por isso vamos ser contidos. Mas como vimos aqui: sem boa gestão, não há resultados. A gestão e a fraca qualidade dos nossos políticos leva-me a pensar se não devemos mudar… enquanto sociedade”, considerou o homem-forte da JM.
O responsável disse que os portugueses, ao longo de 20 anos, têm “sabido responder as necessidades” colocadas por sucessivos acontecimentos, como crises financeiras, pandemia, guerra na Ucrânia, aumento da inflação e a recente guerra na Palestina.
“Se os nossos políticos nos últimos 20 anos” tivessem tido um desemprenho de gestão semelhante [ao dos portugueses] estaríamos bem melhor. “Isso leva-me a pensar se não era bom, como portugueses, pensarmos em alguma mudança”, concretizou.
Instado a que fosse mais específico, Pedro Soares dos Santos recusou dizer que é preciso mudar de personalidades na política. “Cada um tem que refletir sobre se gosta ou não o que está a viver. É um problema da sociedade como um todo. Não de pessoas”, precisou.
O presidente da Jerónimo Martins disse também que o grupo investiu até agora 230 milhões de euros no agroalimentar e que irá “ver se há algum investimento” que tenha de ser feito para proteger a cadeia de abastecimento.
Questionado sobre quanto o grupo investiu no agroalimentar, o gestor afirmou que “foram investidos 230 milhões de euros” no período de 10 anos desde que iniciaram atividade no setor.
Já sobre novos investimentos, Pedro Soares dos Santos recordou que o grupo tem a “parte agrícola”, onde se tem feito “grandes investimentos” nos últimos anos.
“Vamos continuar a fazer [investimento] e nas outras, não do agroalimentar, é possível […], tendo em consideração o ambiente que se vive na Europa neste momento, iremos tentar ver se há algum investimento que tenhamos de fazer para proteger a nossa cadeia de abastecimento, porque a autossuficiência alimentar da Europa para nós é crucial e a proximidade é crucial e nós não queremos deixar morrer algumas áreas que consideramos cruciais”, rematou o presidente da Jerónimo Martins.
Dos laticínios às frutas, o grupo tem vindo a desenvolver uma atividade no agroalimentar.
Isto “com uma preocupação de proteção da cadeia, por um lado, algum valor acrescentado também para o grupo, procurando fazer de forma diferente, modos que são distintos”, salientou o CEO da Jerónimo Martins Agroalimentar, António Serrano.
“Já temos uma portfólio muito importante na área da produção e o país precisa que grupos como a Jerónimo Martins continuem a fazer este trabalho, precisamos de uma agricultura viável, diria em toda Europa e, naturalmente, também em Portugal, que possa conciliar também estas preocupações com a responsabilidade ambiental”, rematou o responsável.
As vendas da Jerónimo Martins cresceram 20,6% para 30.680 milhões de euros e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) progrediu 17% para 2.168 milhões de euros.
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