“Valor é o que é preciso para levantar e falar, mas também é necessário para sentar e escutar” (W. Churchill).

Esta será, porventura, uma crónica de notas soltas deambulando em características de carácter que toca a todo e qualquer ser humano. Quando este se deixa tocar. Quanto este assume o dever de deixar-se embrenhar pelos alvos destes instantes de reflexão: novamente, os valores. Que não podem deixar de valer! Que mesmo emudecidos e entorpecidos, por alguns (ou muitos?), jamais perderão a preciosidade do seu valor!

Qual a observância entre as pessoas que requer maior relevância? A fragrância do amor! O ar torna-se mais respirável e o dar mais admirável quando a fragância do amor nos circunda e nos endireita do egoísmo da nossa corcunda.

Que tenhamos a sabedoria para descobrir o bem e a força para o fazer durar. E esse bem, com sua cura, só se encaixa numa lei universal, comum e transversal: restrita ao poder do amor. De resto, cada nação tem as suas leis e, por vezes, tão divergentes. Daí que, sem esse poder sempre hermenêutico e terapêutico – o Amor -, há leis que escravizam o homem e outras que o libertam (lição do filme «O Primeiro Cavaleiro»). Ao contrário da paciência – que se diz ter limites -, o amor não tem limites na sua infinitude (não me refiro às regras, ao respeito, que devem imperar). Logo, “sacrificar alguém que se ama põe à prova as nossas convicções”.

Por isso, só o amor nos faz arriscar tudo – riscando o que não interessa; ele é o melhor isco para a nossa integridade com dignidade: ou se ama por inteiro ou o que quer que seja não é aquele amor. Puro e verdadeiro. Não precisa de muito mais: e já e apenas isto, bastante, é tão difícil!

Neste cogitar constante da espuma dos dias, eis também a Esperança, que é algo curioso. Quando aprendemos a ter esperança, nunca a perdemos. “A esperança de que no fim o melhor do que há em nós vence?” (Charles Dickens). A esperança de vida e vida na esperança. E neste ganhar nem tudo se suporta e comporta: “A vitória é assim tão doce quando a alcançamos de forma não honesta?”. Não! Há quem goste desse agridoce, porque não entende o seu deletério nas relações. Relações humanas que, crescentemente, mais do que vividas são muito sofridas. “Vale a pena um momento de dor para uma vida de glória”, quando não descabido. A vantagem da dor é que nos lembra que estamos vivos.

Nesta esperança, tantas vezes ingerida (e até confundida) com agonia, verifico que ser previsível traz vulnerabilidade. E na nossa fragilidade não nos deixemos diminuir pela brevidade das nossas vidas. Perante isto, o que será, portanto, a suposta «nova normalidade» de que se tem ouvido falar?… Parece uma expressão bonita de se utilizar, mas tão espinhosa e ininteligível de realizar! Uma tónica que me faz viajar para um trio de sentenças retirados do filme «Viver depois de ti»: 1. Eu não faço nada. Apenas existo; 2. Só podemos ajudar quem quer ser ajudado; 3. Vive a vida sem limites. Não te acomodes.

A estes reptos de vida, junto uma mão quase cheia de outros mais, absorvidos de outra película, para perfazer o conjunto ideal – o que chamaria de «heptálogo»: sete preceitos inspiradores e transformadores. Ei-los… 4. A perceção da realidade é mais real que a perceção em si; 5. Ver o paradoxo permite-nos ver coisas que julgávamos impossíveis; 6. Se adaptares a tua perspetiva, o bem e o mal tornam-se relativos; 7. O interesse pessoal está na base do sucesso: pensa em grande e serás grande!

Olho para a História mundial de outrora e noto-a não indissociável da História contemporânea. Que acaba por não ser tão atual, ao repetirem-se erros crassos do passado. Pois momentos completamente atrozes são capazes de despertar em nós os piores sentimentos. Sentimos como uma traição indivíduos a quem abrimos portas, sociedades e continentes fazerem-nos mal. E, como tal, é fácil reagir ao ódio com mais ódio, à agressão com mais violência, à loucura com loucura. Não pode ser. Temos de ser superiores. Não há arma mais forte que o perdão, como nos lembra o legado de Mandela. Recordemos que se todos agirmos segundo a velha máxima, de “olho por olho”, todo o mundo fica cego… Dispensemos tão assacada cegueira!