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Percentagem de empresas que aumentou o investimento subiu para 66% em 2024

“Os elevados níveis de otimismo e de confiança renovada entre os nossos inquiridos são um indicador de como as empresas podem progredir este ano”, defende Mark Kennedy, sócio e membro do Conselho Executivo do Grupo Mazars.
30 Março 2024, 21h31

A Mazars, empresa internacional de auditoria, fiscalidade e consultoria, lançou o seu mais recente barómetro C-suite: Outlook 2024. Nele constata que os gestores executivos estão otimistas este ano, que consideram um ano de transformação, mas querem maior regulamentação e orientações éticas.

O otimismo atinge um nível recorde já que 89% dos líderes aumentaram as receitas em relação ao ano anterior e 94% têm uma perspetiva positiva para o crescimento esperado em 2024, oito pontos percentuais acima do ano passado.

O otimismo e a confiança estão no ponto mais alto registado pelo barómetro. Os negócios têm os olhos postos num futuro positivo, e os líderes procuram a expansão e o crescimento com confiança. Os líderes empresariais estão confiantes na sua capacidade de gestão das principais
tendências externas e aparecimento de novas tecnologias.

“Os elevados níveis de otimismo e de confiança renovada entre os nossos inquiridos são um
indicador de como as empresas podem progredir este ano”, defende Mark Kennedy, sócio e membro do Conselho Executivo do Grupo Mazars.

“Perante a volatilidade, o C-suite demonstrou resiliência e agilidade, permitindo continuar a investir e a transformar o negócio, enquanto aborda os desafios e as oportunidades da tecnologia emergente, os planos de expansão e a agenda ESG, preparando os negócios para um crescimento sustentável”, diz Mark Kennedy.

“Neste que poderá ser um ano de recuperação para as empresas, haverá ainda decisões difíceis a tomar, mas podemos observar uma consciência e confiança crescentes nas áreas prioritárias que garantem um crescimento económico sustentável na economia global”, acrescenta.

A análise anual da Mazars reúne o ponto de vista dos principais executivos de todo o mundo.
Com a opinião de cerca de 800 executivos, de 30 países, o barómetro C-suite: Outlook 2024
revela as prioridades estratégicas na agenda e as tendências e transformações do mercado
que deverão ter impacto nas empresas nos próximos anos.

Os fatores económicos, incluindo a inflação e elevado custo de vida (37%), e os preços da energia (33%) são as principais tendências externas que afetarão as empresas este ano, revela o estudo.

Na média de todas as atividades empresariais, a percentagem de empresas que aumentou o investimento subiu para 66% (mais 3% que no ano passado) e 44% está “muito confiante” que conseguem gerir as tendências externas (6% acima de 2023), segundo o estudo.

Prevê-se também que o aparecimento de novas tecnologias (33%) tenha um impacto significativo, revela a Mazars que acrescenta que “as empresas estão confiantes de que estão preparadas”.

O barómetro C-suite: Outlook 2024 revela que a transformação através de Tecnologias de Informação (TI) ou de tecnologias emergentes é a principal prioridade estratégica dos líderes pelo segundo ano consecutivo.

Três quartos dos que já usam Inteligência Artificial (IA) generativa na sua organização afirmam ter preocupações éticas e 95% dizem que são necessárias mais orientações regulamentares, revela o estudo.

Há também lugar à conclusão de que a expansão internacional aumentou de importância, passando de quinto para segundo lugar, a par de estratégias de sustentabilidade e de talento novas ou revistas.

Assim, outra das conclusões do barómetro é que a expansão internacional assume cada vez maior relevância, colocando-se a par da sustentabilidade e da atração de talento como prioridade.

À frente fica apenas a transformação tecnológica como a maior prioridade estratégica para os próximos 3-5 anos (35%).

Um quarto dos executivos C-suite inquiridos apontam a expansão internacional como uma das suas prioridades estratégicas, colocando, pela primeira vez, esta prioridade no top 3 do barómetro Mazars. Sendo que 53% dos líderes prevê ainda que o crescimento orgânico seja um importante motor de expansão em 2024.

Os principais destinos apontados para a expansão internacional são a China, a Alemanha e os EUA, com França e Reino Unido a crescerem a bom ritmo. O Canadá, juntamente com o Brasil, também está entre os destinos para os quais as empresas pretendem expandir-se em 2024.

Há um maior compromisso para com o crescimento sustentável numa economia global como estratégia, revela a Mazars.

Os líderes demonstram um maior compromisso para com a sustentabilidade, com um número cada vez maior de organizações a relatar o seu impacto e a orçamentar custos específicos para a elaboração de relatórios ESG.

No entanto, mais de um terço dos líderes (37%) afirma faltar conhecimento interno no que respeita a dados e comunicação sobre direitos humanos – mais 10% que em 2023.

Os direitos humanos são a área da comunicação da sustentabilidade com maior aumento entre os inquiridos, confirmando os desafios relacionados com a recolha e a qualidade dos dados. Também é claro que cada vez mais líderes reconhecem que os direitos humanos como uma área sobre a qual há falta de conhecimento interno – subindo de 27% para 37% este ano.

“O Outlook 2024 oferece uma visão sobre as tendências de mercado e as transformações que se esperam que tenham impacto nas empresas, as prioridades estratégicas na agenda do C-suite, os desafios e as oportunidades que influenciam o crescimento, com insights aprofundados para ajudar a preparar este ano e os próximos”, explica a Mazars.

Tecnologias de Informação no topo da agenda

A transformação das TI nas empresas continua a estar no topo da agenda dos líderes empresariais, com um terço (32%) a considerá-la uma prioridade estratégica de topo, segundo o barómetro.

A Mazars diz que se prevê que o aparecimento de novas tecnologias tenha impacto nas empresas, mas a maioria dos executivos (87%) afirma que a sua empresa está preparada.

Em termos de regulamentação das novas tecnologias, 95% dos líderes acreditam que é essencial ou importante ter mais regulamentação a nível nacional ou internacional quando se trata de controlar a IA generativa.

A exigência de maior regulamentação e controlo não impactou a visão dos líderes, com 85% a acreditar que a IA generativa terá impacto na sua organização e três quartos afirmar que já está a utilizar internamente e/ou para produtos/serviços.

É importante salientar que três quartos dos que já estão a utilizar a IA expressam preocupações éticas sobre a tecnologia e metade espera que a IA venha a substituir alguns postos de trabalho na sua organização, ao passo que 57% diz que isso já está a acontecer ou acontecerá no próximo ano.

Reconhecer os maiores compromissos de sustentabilidade

A onda de expetativas no que diz respeito à sustentabilidade continua em todo o mundo
empresarial. Quase três quartos (71%) das organizações produzem um relatório de sustentabilidade, sendo que cada vez mais organizações consideram ter em conta este aspeto no planeamento orçamental (72%), o valor mais elevado registado até à data para ambos no barómetro anual C-suite das empresas.

A recolha e a qualidade dos dados continuam a ser o principal desafio, mas a compreensão
da regulamentação vem logo a seguir, tendo registado um acréscimo de 21% no ano
passado para 31% este ano, diz a Mazars.

A consultora lembra que novas regulamentações, como a diretiva da UE relativa aos relatórios de sustentabilidade das empresas, também parecem estar a impactar, uma vez que o desafio de compreender a regulamentação é mais sentido na Europa – é uma prioridade para 35% dos executivos.

Atração de talentos

A concorrência no mercado de talento continua e quase metade dos executivos auscultados no barómetro C-suite reconhece que é difícil contratar, com 44% a afirmar que tem dificuldade em recrutar talento para a sua organização e 30% a confirmar que é mais difícil contratar a nível executivo sénior.

Os executivos dão prioridade a novas estratégias e acreditam que as oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento são essenciais para atrair as melhores pessoas que, por sua vez, contribuirão para o crescimento a longo prazo das empresas.

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