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Perdas até 78 milhões de euros por dia. Brexit sem acordo pode ‘devastar’ indústria automóvel britânica

A indústria automóvel é uma das que mais está a sofrer com a possibilidade de um ‘hard’ Brexit. Especialistas sustentam que os preços dos automóveis podem subir até 1.500 libras (1.675 euros), devido às taxas aduaneiras que a União Europeia pode vir a aplicar.
25 Junho 2019, 18h09

A indústria automóvel do Reino Unido pode enfrentar perdas milionárias, caso o Brexit aconteça sem acordo no próximo dia 31 de outubro, noticia o jornal espanhol ‘Expansión’.

A Associação de Fabricantes e Comerciantes de Motores assegurou que esta indústria irá perder 70 milhões de libras (78 milhões de euros) por cada dia que o Reino Unido continuar sem um acordo. Os especialistas que estão a estudar os efeitos de um Brexit sem acordo, sustentam ainda que os preços dos automóveis podem subir até 1.500 libras (1.675 euros), devido às taxas aduaneiras que a União Europeia pode vir a aplicar.

“O fim da inexistência de fronteiras pode provocar grandes dificuldades para a indústria, que é baseada no modelo ‘just-in-time'”, segundo o relatório dos analistas. “O atraso no transporte de partes automóveis para a cadeia de produção mede-se em minutos, e cada minuto de atraso pode custar 50 mil libras (65 milhões de euros) em valor agregado bruto, ou mesmo 70 milhões de libras por dia, imaginando o pior cenário”, sublinham.

A indústria automóvel é uma das que mais está a sofrer com o Brexit. No ano passado, o setor perdeu dois nomes, como a Honda que anunciou o fecho da fábrica de Swindon, já em 2021, e a Ford, que anunciou um corte drástico no tamanho da fábrica em Bridgen.

Ainda que os dois fabricantes não tenham confirmado que a saída se deve ao Brexit, o investimento no setor está a sofrer grandes quebras e os fabricantes já estão à procura de outros destinos na Europa para se fixarem.

No entanto, os analistas afirmam que o setor está cada vez mais preocupado com o futuro, com um previsível triunfo de Boris Johnson. O político está a concorrer para primeiro-ministro e para líder do Partido Conservador, e já garantiu publicamente que pretende deixar a União Europeia quando chegar a data, quer isso implique com ou sem acordo.

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