O surto do coronavírus já está a afetar também os centros portuários de Espanha, onde a chegada de mercadorias sofreu uma quebra considerável devido à paralisação nos portos da China. “O efeito já é notável na Espanha”, afirmam fontes dos estivadores espanhóis, citados pelo jornal “La Vanguardia” esta quinta-feira, 20 de fevereiro.
A principal associação do setor, a Anesco, confirmou na quarta-feira esta tendência ao alertar que, se a situação persistir nas próximas semanas, a atividade dos maiores portos espanhóis cairá até 30%. As empresas esperam que as consequências aumentem nas próximas semanas e já avisam para “perdas económicas significativas nos terminais”, bem como “outros agentes da cadeia logística”.
Cerca de 90% do comércio mundial é realizado por transporte marítimo e a China concentra grande parte deste mercado. Em 2018, os portos espanhóis, especialmente os localizados no Mediterrâneo, administraram 8,7 toneladas com origem ou destino para a China, segundo dados recolhidos pela Anesco.
Um dos portos com maior volume de negócios com a China é o de Barcelona, com 11% das suas exportações e 41,9% das importações a serem realizadas com o país asiático, segundo dados da Autoridade Portuária.
As empresas de estivadores alertam que a “crise marítima” causada pelo coronavírus “não se limita aos fluxos comerciais diretos” com a China, mas gera “o cancelamento de navios em grande escala nos portos espanhóis, reduzindo o comércio exterior com outros países”.
A paralisação nas fábricas e portos chineses também colocou o setor têxtil em alerta. Algumas empresas, como a Mango ou a Desigual, consideram trazer as roupas que produzem na China de avião, devido à impossibilidade de transportá-las de barco para não deixar as suas lojas em falta.
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