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Perdas seguradas com fenómenos meteorológicos severos podem ultrapassar os 200 mil milhões de dólares

A companhia de seguros portuguesa, Fidelidade, participou num estudo da Geneva Association intitulado ‘Safeguarding Home Insurance: Reducing exposure and vulnerability to extreme weather’.
23 Junho 2025, 13h32

A companhia de seguros portuguesa, Fidelidade, participou num estudo da Geneva Association intitulado ‘Safeguarding Home Insurance: Reducing exposure and vulnerability to extreme weather’, dedicado aos crescentes desafios globais para os seguros para habitações em resultado do impacto cada vez mais significativo dos fenómenos meteorológicos extremos no setor segurador.

O estudo alerta para o aumento sustentado das perdas seguradas devido a fenómenos meteorológicos severos — furacões, inundações, incêndios florestais e tempestades — que ultrapassam os 100 mil milhões de dólares anuais desde 2020 e poderão exceder os 200 mil milhões de dólares (174 mil milhões de euros) em 2025.

Entre as conclusões, é destacada a forma como os fatores socioeconómicos (construção em áreas de risco, códigos de construção desatualizados, perda de ecossistemas naturais) e o impacto dos custos crescentes de reconstrução agravam as consequências dos riscos climáticos extremos.

A Fidelidade diz que para mitigar gaps de proteção futuros, “o estudo propõe um plano estruturado em dois patamares de ação: um primeiro patamar foca-se na expansão de medidas locais de resiliência já testadas, que incluem incentivos financeiros para retomar infraestruturas críticas e reforçar normas de construção; e um segundo patamar através de reformas nos sistemas de avaliação imobiliária e de crédito, integrando critérios de resiliência climática nos processos de concessão de empréstimos”.

O contributo da seguradora portuguesa no Conselho Consultivo deste estudo foi feito através da participação do Impact Center for Climate Change, o seu centro de conhecimento sobre alterações climáticas, que tem como missão desenvolver soluções de adaptação aos riscos climáticos e partilhar conhecimento com a sociedade.

“Na Geneva Association, fomentamos a colaboração entre a indústria seguradora e outros setores para gerar conhecimento de referência sobre desafios prementes, como a crescente dificuldade de acesso e disponibilidade do seguro de habitação”, diz Maryam Golnaraghi, diretora de Alterações Climáticas e Ambiente na Geneva Association.

“Este relatório apresenta uma estratégia em duas vertentes, para reduzir os riscos das propriedades decorrentes de fenómenos meteorológicos extremos e salvaguardar o seguro de habitação, consistindo, por um lado, no alargamento de medidas de resiliência comprovadamente eficazes e, por outro, na reforma dos sistemas ligados ao setor segurador, em particular a valorização dos imóveis e o crédito hipotecário”, acrescenta.

A Geneva Association é o principal think tank global da indústria seguradora, reunindo os CEOs das maiores seguradoras e resseguradoras a nível mundial. Fundada em 1973, dedica-se a investigar riscos sistémicos — como alterações climáticas e ciberameaças — e a promover políticas e soluções para reforçar a resiliência do setor.

Rui Esteves, cocoordenador do Impact Center for Climate Change da Fidelidade, explica que “a participação da Fidelidade neste relatório permitiu partilhar de ideias com especialistas de todo o mundo e colaborar na construção de propostas para que diversas entidades contribuam para que o seguro de multirriscos habitação possa continuar a desempenhar a sua função social, num contexto cada vez mais exigente de fenómenos meteorológicos extremos”.

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