[weglot_switcher]

Perguntas & Respostas: A economia do distanciamento social

Estamos perante uma economia com novos hábitos e regras. Conheça os desafios que as empresas irão enfrentar nos próximos tempos.
8 Junho 2020, 07h05

A Economia do Distanciamento Social veio para ficar?

Parece hoje claro para todos que o mundo está a mudar devido à COVID-19. Não estamos aqui hoje para vos contar a mesma história, mas para olharmos convosco para além do atual ciclo de notícias e eventos. Que mudanças fundamentais estão aqui para ficar? Como vão elas alterar de forma profunda e definitiva as indústrias e negócios? Quais as opções estratégicas que as empresas têm para aproveitar esta crise e se transformarem?

Parece hoje claro que esta era pós-pandémica irá moldar uma economia com novos hábitos e regulamentos, a qual privilegia a redução do contacto social próximo e aumenta as restrições de saúde sanitária.

Baseado nas nossas frameworks FutureConsumer.NOW e Círculo das Necessidades e na investigação contínua que as nossas equipas têm conduzido, em especial nesta fase, mostra-nos que a rutura em curso está a alterar e vai alterar de forma acelerada as formas como nós, enquanto seres humanos, compramos, vivemos, nos alimentamos, trabalhamos, nos divertimos, gerimos a nossa saúde, nos mantemos saudáveis/equilibrados, nos movimentamos e utilizamos a tecnologia.

Temos observado, de forma generalizada, de um modo de cima para baixo, que as regras/boas práticas impostas pelos governos foram as de limitar o contacto social, isolamento social em massa, restringir as viagens, aumentar as recomendações de higiene pessoal e proteger os grupos mais vulneráveis na sociedade.

Ao mesmo tempo observámos o abraçar de novos hábitos e comportamentos nas pessoas e organizações, num movimento de baixo para cima, no sentido da adoção do trabalho remoto, um novo (des)equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ao crescimento acelerado do acesso ao comércio eletrónico e logística e também da saúde eletrónica ou à distância.

Parece assim claro que não vai ser possível o regresso ao “antigo” normal… e irá haver um “novo” normal.

Em termos fiscais, para já é preciso saber se vai haver um orçamento retificativo. E como é que o Governo vai usar a política fiscal para incentivar comportamentos. Se a situação estabilizar rapidamente, provavelmente existirão aumentos de impostos para compensar a perda de receita fiscal. Se a situação de incerteza se mantiver, estão por determinar as áreas de incidência das políticas fiscais. Podem passar por incentivos fiscais à compra de equipamentos informáticos, pelo incentivo ao uso de meios alternativos de transporte (como no RU com as bicicletas, trotinetes e outros para evitar contágios nos transportes públicos), por deduções excecionais de custos com rendas e amortizações de imóveis, redução da taxa de IVA da eletricidade e do gás de forma abrangente, e não só nas componentes fixas já objeto de redução recente.

Para as empresas em concreto, e face ao aumento do desemprego, poderá ser reequacionada a reintrodução do Regime da Criação Líquida de Postos de Trabalho e, com certeza, como o interior sofrerá ainda mais que os grandes centros urbanos, serão equacionados incentivos à descentralização das atividades (com taxas de IRC mais baixas e maiores incentivos no âmbito dos vistos gold).

E, sendo algumas das áreas mais afetadas pela pandemia, o governo poderá finalmente aceder à redução da taxa de IVA para 6% relativamente à hotelaria e restauração.

Quais são as principais diferenças desta crise em relação às que a precederam?

A crise provocada pela COVID-19 é única na sua combinação de desafios e na interdependência e amplificação de respostas.

A mesma teve um impacto nas pessoas e na sociedade, enquanto crise humanitária que nos afetou a todos, e nos negócios e na economia, com choques na oferta e na procura conduzindo a dinâmicas económicas muito turbulentas.

Por outro lado é fonte de uma grande incerteza, uma vez que todas as variáveis são desconhecidas, incluindo a sua duração e intensidade.

No que respeita aos consumidores, o distanciamento social teve um impacto no nosso comportamento humano.

Na indústria e no comércio, enquanto para uns representou a necessidade de sobrevivência, para outros trouxe aceleração. Mas para todos trouxe a necessidade de se adaptarem num muito curto espaço de tempo.

As instituições financeiras, apesar de mais resilientes, viram-se na posição de terem de ajudar os negócios a manterem-se solventes com acesso a crédito e dinheiro, em alinhamento estreito com as medidas governamentais, ao mesmo tempo que enfrentam elas próprias limitações operacionais.

Os governos viram-se numa situação de ter de gerir uma crise económica e de pessoas a uma escala sem precedentes, ao nível local, regional e nacional. Neste aspeto verificou-se também alguma inconsistência entre países, com aproximações diferentes à crise.

Esta crise é muito diferente da anterior pois instalou-se de forma muito rápida e em contraciclo com a fase de crescimento económico em que nos encontrávamos.

O Estado respondeu de forma relativamente rápida, criando um sistema de lay-off que terá ajudado a estancar o aumento imediato do desemprego (quantas empresas aderiram / quantos trabalhadores beneficiaram). As complexidades da adoção do sistema de lay-off.

Criaram-se linhas de crédito de apoio a certos setores. O impacto fiscal destes financiamentos, nomeadamente isenções de imposto do selo para estes financiamentos especiais.

O resultado ao nível das empresas (v.g. regras de reporte de prejuízos fiscais e de incidência de tributações autónomas). Redução da rentabilidade fiscal. Aumento do contencioso. A iniciativa da OCDE para tratar o tema da rentabilidade das empresas na fase da pandemia. As novas orientações da OCDE sobre operações financeiras nos grupos empresariais.

Como variam os impactos observados nos vários setores de atividade?

Os impactos são muito variados de setor para setor. Por um lado temos os setores que tiveram uma queda muito grande da procura, como o turismo e a restauração. O gradiente pode ir desses àqueles que no extremo oposto sofreram um crescimento explosivo de consumo, não só o comércio eletrónico mas todo o comércio à distância.

Vê-se também um fenómeno que mostra alguns setores que foram afetados de forma mista, como os serviços de saúde pública e privada que estão assoberbados de trabalho devido à covid-19 mas ao mesmo tempo registaram uma quebra muito acentuada na procura de serviços.

A situação dos diferentes setores não é homogénea e a ajuda do Estado às empresas que se encontram mais afetadas pela covid-19 como a aviação, hotelaria e restauração foi essencialmente direcionada mais para curto prazo e também para assegurar os postos de trabalho com recurso ao lay-off simplificado.

O plano fiscal e parafiscal permite a prorrogação de alguns prazos para o cumprimento de obrigações declarativas e de pagamento (IRC, IRS, IVA) e o deferimento de pagamentos de contribuições sociais. Para além das linhas de crédito não existe um enfoque setorial especifico. As medidas previstas são transversais independentemente de se tratar de micro, pequenas, médias e grandes empresas.

O Governo terá de executar um plano assente em medidas de longo prazo e focalizadas. Do lado das empresas, muitas terão de restruturar o seu modelo de negócio passando pela adoção do perfil digital. Existem muitos constrangimentos fiscais para as restruturações. Todas as regras têm de ser revistas no sentido de permitir às empresas que se consigam reposicionar no mercado e preservar o emprego.

Como poderá a COVID-19 alterar o comportamento do consumidor?

Ninguém estava preparado para esta crise! Nem pessoas, nem organizações esperávamos que um evento como esta crise pandémica pudesse impactar e alterar tanto as nossas vidas.

E foi por isso que na EY avançámos desde logo com um conjunto de ações que nos permitissem compreender os impactos e alterações em curso, mas também como poderíamos ser um contribuinte positivo para ajudar as pessoas e as organizações a ultrapassar esta crise e a saírem vencedoras da mesma.

Criámos deste modo o índice de consumidores futuros, o qual está continuamente a estudar, desde o início de abril o comportamento e sentimentos dos consumidores, mostrando como a pandemia está a criar novos segmentos de consumidores.

A vida quotidiana das pessoas em todo o mundo mudou de maneira que seria impensável algumas semanas atrás. Mas, como as organizações voltadas para o consumidor tentam encontrar o caminho através da pandemia da COVID-19, é importante ter em mente que o consumidor já estava a evoluir a uma grande velocidade. Este processo está agora a ocorrer de forma ainda mais rápida do que se imaginava.

As empresas voltadas para o consumidor precisam de antecipar com urgência que tipo de consumidor está a surgir, para que possam passar pela crise atual e desenvolver os recursos que a relevância futura exigirá. Criámos o nosso programa FutureConsumer.Now há dois anos para orientar esses esforços, o qual tem sido base do trabalho que temos desenvolvido com marcas e organizações um pouco por todas as indústrias, na transformação de modelos de negócio, novos produtos e serviços.

Agora, criámos o EY Future Consumer Index para ajudar os líderes a entenderem e rastrearem os comportamentos e sentimentos emergentes dos consumidores em todo o mundo. Identificaremos os novos segmentos que surgirem – perguntando quais são as reações temporárias às mudanças nas circunstâncias e quais apontam para mudanças mais fundamentais.

A digitalização dos negócios. O fator B to C. O problema do estabelecimento estável. Os agentes dependentes na era do MLI. Os trabalhos da OCDE para definir um novo paradigma de tributação dos negócios digitais. O pilar 1 e o pilar 2. Nexo territorial, regras de preços de transferência e patamares mínimos de tributação. Ponto de situação. A visão da AT.

Instrumentos fiscais que visem poupança.  É importante que existam instrumentos que permitam que as famílias possam recorrer em situações extremas.  Descontar parte dos salários para fundos com essa missão e objetivo pode funcionar e “premiar” esse esforço pela via fiscal pode fazer sentido.

Qual é assim a vivência no AGORA?

Agora mesmo, estamos num novo território de ansiedade.

Nestes primeiros estágios da pandemia, os consumidores estão preocupados sobre a saúde das suas famílias, se conseguem comprar e satisfazer as suas necessidades básicas, e com a perda de liberdades que todos tomámos como garantidas. Estas preocupações comuns estão-se a manifestar de diferentes formas, à medida que os consumidores adotam novos comportamentos.

Em diversos mercados que entrevistámos, alguns consumidores estão a fazer cortes profundos. Outros continuam a gastar como normalmente, mas estão a mudar a forma como vivem. Por agora, muitos estão de forma notável otimistas. Olhando ao longo dos dados do índice, identificámos 4 segmentos de comportamento.

Os consumidores do segmento “Hibernar e gastar” – com idade entre os 18 e 44 anos – são os que mais se preocupam com o impacto da pandemia. Mas apenas 40% deles dizem que estão a comprar com menos frequência. E enquanto 42% dizem que os produtos que compraram mudaram significativamente, 46% deles dizem que as marcas agora são mais importantes para eles.

O Índice mostra alterações muito maiores no segmento “Cortar fundo”. Estes consumidores – que têm mais de 45 anos – tiveram maior impacto no seu emprego. Quase um quarto teve os seus empregos suspensos, temporário ou permanentemente. Setenta e oito por cento deles estão a comprar com menos frequência e 64% estão a comprar apenas o essencial. Ao contrário do segmento de hibernação e gastos, 33% dos consumidores aqui acham que as marcas agora são muito menos importantes para eles.

O nosso índice acompanhará a evolução desses segmentos e destacará os novos que surgirem, à medida que essa fase imediata da crise se desenrolar.

Criar políticas fiscais que incentivem investimento na economia (v.g. particulares, através de Fundos de Investimento de reconstrução social e de empresas, através de incentivos que visem a manutenção e a criação de postos de trabalho).

O que esperam que aconteça a seguir?

Olhando para além dos efeitos imediatos da pandemia, poucos consumidores esperam voltar aos seus antigos comportamentos tão cedo. Como em muitos choques que encontramos na vida, as pessoas estão dispostas a fazer uma pausa e refletir. O Índice dá substância a essa observação.

Perguntámos aos consumidores o que eles acreditam que farão quando sentirem que a crise acabou. Isso não nos diz o que eles realmente farão, mas permite-nos acompanhar as suas expectativas em mudança sobre o futuro.

Os quatro segmentos que identificamos no “agora” podem-se transformar em cinco segmentos muito diferentes à medida que a crise diminui. Por exemplo, o índice atualmente sugere que, com o tempo, a maioria dos consumidores no segmento “Poupar e armazenar” migrará para dois novos segmentos a que chamamos de “Permanecer frugal” e “Cautelosamente extravagante”.

Nestes tempos de incerteza, quanto tempo essa transição levará – ou se surgirão diferentes transições – permanece para ser vista. Mas acompanhar as mudanças à medida que elas ocorrem ajudará as empresas a permanecer relevantes e a planear o futuro.

Os consumidores “cautelosamente extravagantes” acreditam firmemente que estaremos numa recessão global após a pandemia. No entanto, embora sejam financeiramente conservadores, esperam aumentar os gastos com itens não essenciais quando a crise terminar. Mas 45% acreditam que a forma como compram terá mudado permanentemente e 38% dizem o mesmo sobre o que comprarão.

Eles respondem fortemente a marcas com propósito, com 62% dizendo que teriam maior probabilidade de comprar a empresas que acham que estão a fazer bem à sociedade. E 29% pagariam um prémio pelas marcas que contribuem para a comunidade e 42% pelos produtos produzidos internamente no país.

Por outro lado, os consumidores “voltar ao normal” determinam que, depois da pandemia, as coisas serão as mesmas de antes. Um terço deles (33%) não espera que a crise tenha mudado as suas vidas em nenhuma dimensão. Apenas 29% dizem que isso mudou a forma como compram e apenas 21% o que compram. A maioria deles não espera gastar mais dinheiro do que costumava.

A modelação Future Consumer Now que temos vindo a realizar ao longo dos últimos dois anos é fundamental aqui. O valor destes cenários futuros está em usá-los para explorar e combater o que poderia acontecer, não como modelos do que acontecerá. Uma equipa de liderança que entende como o futuro consumidor pode evoluir pode identificar o seu roteiro para o sucesso e as ações necessárias para lá chegar.

Enquanto os consumidores esperam que a vida normal regresse, esse normal mudará.

Uma das grandes preocupações das empresas, no seu processo de adaptação ao novo ambiente dos negócios, incluindo a reestruturação do seu modelo de negócio, prende-se com a rentabilidade fiscal. O tema dos prejuízos recorrentes, a questão da segurança jurídica (APA e informações vinculativas), o MDR e as novas regras de escrutínio internacional no plano da ATAD.

O que irá definir o novo normal?

Globalização e comércio

  • Reorientação das cadeias de abastecimento e produção

Tecnologia e inovação

  • Tecnologia remodelando o mundo do trabalho
  • Tecnologias emergentes combatendo a COVID-19
  • Inovando para o novo normal

Impactos sociais

  • Reforço das redes de segurança
  • Reexaminar o papel das empresas na sociedade
  • Preparação para a geração pós-pandémica

Mudanças comportamentais

  • Transformação da psicologia do consumidor
  • Confiança, polarização e informação

Pensarmos, a longo prazo, que sistema fiscal deveremos ter no futuro, na nova sociedade que emergirá desta crise, i.e., talvez o ângulo seja não o das empresas e dos contribuintes, mas o da AT. Por exemplo, a volatilidade de impostos que esta crise gerou pode levar a pensar como taxar de forma justa sem se estar absolutamente de hábitos de vida que já não voltam, ilustrando, nos últimos dois meses há-de ter havido uma baixa gigante de impostos relacionados com circulação automóvel, procura por transportes públicos, etc. Mas em contrapartida um acréscimo muito grande de consumos online (e-commerce, telecomunicações, etc.) vai andar muito à volta da tributação do mundo digital…anda tudo às apalpadelas

E para além da crise… o que devem fazer as empresas?

O que fazer agora para garantir o futuro? Este é o momento para combinar investimento em novas oportunidades de crescimento em vez de apenas cortar custos. É nosso entendimento que estabelecer hoje uma iniciativa de crescimento para a Nova Economia do Distanciamento Social é uma prioridade para garantir o sucesso imediato e futuro, avaliando e monitorizando o impacto, desenvolvendo uma estratégia de crescimento, testando as novas oportunidades identificadas através de sprints ágeis de novos negócios e, para os que provarem ser rentáveis, éticos e sustentáveis, lançar as novas propostas de valor ou modelos de negócio no mercado.

A pandemia da COVID-19 está a mudar a vida quotidiana dos consumidores em todo o mundo de maneiras que seriam impensáveis. Ao entender onde estão as mudanças mais significativas e quais serão aplicadas, as empresas podem-se posicionar para se adaptar AGORA… A SEGUIR… e PARA ALÉM da pandemia.

Pensem assim na recuperação em três fases não sequenciais:

Recuperação, Prontidão e Renascimento

Alguns executivos dirão: “Preciso de me concentrar primeiro na crise. Depois, posso então voltar a minha atenção para a transformação.” É compreensível. Medo e incerteza podem chamar a atenção total da empresa para a tarefa imediata de recuperação, sem considerar um caminho para a disponibilidade para o futuro e o renascimento à medida que a economia recupera.

Outros líderes estão a dividir os seus esforços entre recuperação e prontidão. Esses líderes estarão mais bem preparados para o retorno à prosperidade económica e durarão mais e melhor no curto e médio prazo.

As empresas devem começar, de todas as formas possíveis, e nomeadamente através das associações representativas dos setores de atividade em que se integram, a pressionar o governo para, entre outras medidas, serem implementadas as seguintes:

  • Criar um regime específico de reporte de prejuízos para o ano de 2020 (mais prazo), pois é provável que existam entidades a registar prejuízo em 2020 em resultado da pandemia;
  • Desagravamento das tributações autónomas em 2020;
  • Eventual regime de regularização de dívidas fiscais com perdão de juros e coimas (algo parecido com o plano “Leite” que ocorreu em 2002 quando a Ministra das Finanças era da Manuela Ferreira Leite;
  • Incentivos fiscais para as empresas que conseguiram manter a força de trabalho em 2020 (por comparação com 2019) – Majoração fiscal dos custos com o pessoal;
  • Desconsideração, para efeitos fiscais, dos subsídios e apoios recebidos do Estado no âmbito dos processo de lay-off simplificado.

Como irá o nosso mundo mudar após a COVID-19?

Obviamente, ninguém pode prever o futuro – só nos podemos preparar para isso. É por isso que existe a necessidade de desenvolvermos cenários potenciais que podem existir até um ano após atingirmos o pico de pandemia, assumindo que talvez não exista necessariamente uma vacina amplamente disponível até essa data.

Assim, poderemos dizer que existem 3 categorias principais possíveis. Numa delas nenhuma mudança é esperada. Numa outra esperam-se mudanças mínimas e na última são esperadas mudanças significativas.

Eis alguns exemplos onde não se observam mudanças após a COVID-19.

Mesmo com algumas ramificações de curto prazo do distanciamento social e físico, muitos aspetos do nosso mundo pós-COVID-19 serão rápidos em voltar ao normal.

As escolas serão abertas novamente.

De forma distinta, mas de forma sequencial no tempo, as escolas serão abertas novamente, primeiro apenas para alguns alunos e com e medidas extras de higiene. Mas as crianças são resilientes e, em breve, o desejo de voltar a aprender e a brincar com os outros substituirá muitos dos comportamentos aprendidos durante o bloqueio.

Os trabalhadores retornarão ao escritório.

Nem todos continuarão a trabalhar em casa indefinidamente, o que resultará em muitos funcionários a retornar aos seus escritórios e a voltar às suas rotinas diárias de trabalho. Novamente, algumas restrições extras podem ser aplicadas, como medidas extras de higiene e mais flexibilidade nos horários, mas é seguro assumir que a vida profissional após Corona não será 100% remota.

Saúde e bem-estar continuarão a ser as principais prioridades.

Os hospitais permanecerão um centro movimentado muito tempo após o controlo do vírus. Por um lado, os consumidores adotarão serviços remotos e telemedicina as para suas necessidades de assistência médica. Por outro lado, os consumidores que estão a atrasar e evitar serem vistos ou tratados por doenças crónicas não relacionadas com a COVID, em algum momento vão precisar de retornar aos hospitais para tratamento.

No que respeita a mudanças mínimas pós-COVID, existem muitas situações nas quais grandes reuniões ou interações físicas próximas não poderão ser evitadas.

O retalho é uma delas, o qual enfrentará algumas limitações. Muitos retalhistas poderão gerir as preocupações de distanciamento social, limitando a quantidade de pessoas por loja, num determinado momento, ou até prolongando o horário de funcionamento, mantendo a experiência de compra muito semelhante ao que conhecíamos.

A mudança real ocorrerá no backend, onde as cadeias de abastecimento e os canais de comércio eletrónico criarão uma barreira para os retalhistas, proporcionando uma experiência sem atritos.

Numa outra perspetiva muitos rituais diários mudarão de forma ou simplesmente desaparecerão. Não são esperados muitos apertos de mão neste futuro próximo. Rejeitar um aperto de mão poderá não ser visto mais como rude ou como sinal de desrespeito. Evitar estranhos, trocando de lado na rua, quando movimentada, será aceite como algo educado e respeitoso. E, é claro, as máscaras tornar-se-ão a nossa proteção contra o mundo exterior.

O mundo após a COVID-19 verá muito menos viagens de negócios e terá muito mais reuniões remotas. As pessoas ponderarão o benefício de se reunir pessoalmente contra o risco de usar o transporte público. Isto não quer dizer que comboios, aviões e metros sejam completamente evitados, mas as precauções de saúde necessárias para que as pessoas se sintam à vontade durante estas viagens serão um fardo adicional que os consumidores vão considerar.

Quanto a alterações significativas esperados no pós-COVID-19 vão existir certos aspetos da nossa sociedade que não passarão despercebidos.

As interações em balcões de informações e caixas de atendimento irão ver telas transparentes extras. Estes complementos à infraestrutura de serviço existente estão a ser rapidamente colocados e não se encaixam no restante design de interiores.

Os exames de saúde tornar-se-ão cada vez mais comuns. Embora possa parecer normal ser monitorizado no aeroporto, como será a nossa saúde verificada quando deixarmos os nossos filhos na escola ou antes de entrarmos numa reunião de negócios? Que tipo de estigmas serão colocados naqueles que ao serem triados acusarem positivo ou temperatura? Tendo presente que a tecnologia sempre fornecerá falsos negativos.

Além disto, muitas empresas vão mudar para alguma forma de teatro de higiene para mostrar que estão totalmente prontas para o mundo depois da Corona. É de esperar procedimentos de limpeza muito visíveis na hotelaria, na restauração e no retalho, muitas delas usando a sua abordagem de limpeza como uma ferramenta de relações públicas e marketing para os seus negócios.

O digital vai definitivamente ganhar espaço e conquistar terreno. Portanto, a OCDE já estava a olhar para a temática da tributação dos serviços digitais e é aqui que será um dos focos futuros da tributação dos vários Governos.

 

Este conteúdo patrocinado foi produzido em colaboração com a EY.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.