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Perto de 120 novos inspetores iniciaram funções na PJ

Depois de terem terminado o período de nove meses de estágio com sucesso, 118 novos inspectores da PJ vão agora iniciar funções, representando um reforço de mais de 10% nos operacionais para investigar a criminalidade mais grave e complexa do nosso país. É a primeira vez desde 2015 que a PJ receberá “sangue novo”. Estão ainda mais 100 reforços na calha.
24 Fevereiro 2020, 17h06

Perto de 120 novos inspectores da Polícia Judiciária (PJ) vão iniciar funções até ao fim deste mês, depois da “conclusão com sucesso do período experimental”, segundo um despacho da PJ publicado em Diário da República nesta segunda-feira, 24 de fevereiro que dá conta do fim do período de estágio, que se iniciou em abril do ano passado, chegou agora ao fim. Admissão de novos inspectores tem efeitos a 17 de fevereiro e representa mais de 10% nos operacionais para investigar a criminalidade mais grave e complexa do nosso país.

Tal como o JE noticiou a 2 de abril de 2019, desde 2015 que não havia “sangue novo”,  tendo a PJ assinalado nesta data a admissão de 120 novos inspectores, após terem terminado o curso, numa cerimónia de aceitação que deu o tiro de partida para os novos reforços com o estágio que se iniciou no início de abril e que terminou em janeiro deste ano.

Do total dos 120 novos inspetores estagiários da PJ que iniciaram o estágio em abril do ano passado, 118 concluíram com sucesso por despacho Diretor Nacional Adjunto da Polícia Judiciária, Veríssimo Milhazes, que declarou assim o fim do período experimental destes inspetores estagiários que representam um reforço de mais de 10% nos operacionais para investigar a criminalidade mais grave e complexa do nosso país, cujo quadro de inspectores ultrapassa agora mais de mil elementos.

Em outubro do ano passado, o diretor nacional da PJ anunciou, na sessão comemorativa do 74.º aniversário da instituição, que cerca de 120 inspetores iriam iniciar funções este ano, o que permitirá reforçar o capital humano e capacitação desta polícia de investigação.

Além disso, indicou,  na altura,  Luís Neves, foi possível, em termos orçamentais, desbloquear mais 100 vagas para inspetores, cujo início de formação está previsto para Setembro deste ano com vista a iniciarem funções na PJ a partir de abril do próximo ano. Neste caso os candidatos a inspetores devem ser licenciados em Auditoria, Contabilidade e Fiscalidade, Ciência Política e Relações Internacionais, Ciências da Comunicação e Informação, Engenharia Informática, Sistemas e Tecnologias da Informação, Administração de Redes, Tecnologia de Redes e Segurança Informática, Ciências Policiais e Ciências Militares, Direito, Economia ou Criminologia e Ciências Forenses e Criminais, entre outros cursos aceites.

Luís Neves tem defendido ainda que os concursos para novos inspetores terão de ser mais “rápidos e céleres”, alertando para a necessidade de rejuvenescer os quadros da instituição e ter mais pessoas a trabalhar e a adquirir conhecimento na área da investigação criminal.

Quanto à afetação de meios, o diretor nacional da PJ aponta como áreas prioritárias o do combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira e também o cibercrime, porque tem havido um crescimento exponencial.

A situação de recursos humanos na PJ tem sido sinalizada como crítica, com o quadro da investigação criminal a atingir apenas metade do previsto, segundo tem reivindicado o sindicato de inspetores, com pouco mais de mil inspetores e coordenadores.

Os novos “recrutas” que foram  agora admitidos  pela PJ começaram a ser selecionados em 2015, no âmbito de um concurso ainda lançado pelo governo PSD/CDS.  Mas o Executivo de António Costa não autorizou novas admissões para este corpo especial de polícia, apesar dos alertas dos sindicatos e da própria hierarquia da PJ.

A ministra da Justiça, Francisca van Dunem, acabou, no entanto, por dar sinais de assumir o reforço de recursos humanos, que foi aliás um dos pontos focados pelo novo diretor nacional, Luís Neves, no seu discurso de tomada de posse. Segundo esta governante,  “a lógica do governo” para a PJ é a de haver “admissões regulares, anuais ou bianuais”. Objetivo: garantir uma melhor integração e trabalho entre as diferentes gerações, com passagem de conhecimento e saber.

No ano em que foi lançado o concurso, em 2015,  para e o 41.º curso de inspetores , entraram 73 inspetores do concurso de 2010. Antes deste concurso tinha havido outro em 2006, cujos inspetores só entraram ao serviço quatro anos depois, em 2010.

 

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