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PISA: Portugal vai entrar nos estudos da OCDE sobre literacia financeira

“Na economia dos dias de hoje, a literacia financeira é como saber ler ou escrever”, disse Annamaria Lusardi, presidente do International Network on Financial Education’s Research Committee, da OECD.
25 Setembro 2018, 15h55

Portugal vai participar no PISA (Programme for International Student Assessment) sobre a avaliação da literacia financeira, em 2021, segundo anunciou esta terça-feira, 25 de setembro, o secretário de Estado da Educação, João Costa, na Conferência sobre Supervisão Comportamental Bancária: novos desafios dez anos depois da crise financeira.

“Capacitar para a literacia financeira é capacitar para os direitos humanos”, afirmou João Costa, numa intervenção sobre a importância da formação financeira dos jovens, em que defendeu o reforço do ensino para a cidadania e apresentou um novo Caderno de Educação Financeira, no quadro do Plano Nacional de Formação Financeira, dirigido a alunos do terceiro ciclo do ensino básico.

O secretário de Estado anunciou ainda que Portugal irá fazer parte do PISA sobre a avaliação da literacia financeira da OCDE, que se irá realizar em 2021.

“Vou concordar com o governante, na economia dos dias de hoje, a literacia financeira é como saber ler ou escrever”, disse Annamaria Lusardi, presidente do International Network on Financial Education’s Research Committee, da OECD, no mesmo evento.

Lusardi apontou para o último estudo do género (realizado em 2015 com 15 países diferentes) e explicou que, nos Estados Unidos, apenas um terço da população com mais de 35 anos era capaz de responder corretamente a três questões sobre literacia financeira, “apesar de muitas das decisões financeira serem tomadas antes dessa idade”, sublinhou.

“Isto prova porque é que precisamos de educação financeira nas escolas”, acrescentou Lusardi, sublinhando os contributos de Portugal para o avanço da literacia financeira.

As escolas General Serpa Pinto de Cinfães, cujo projeto de literária financeira foi apresentado pelo presidente do agrupamento Manuel Pereira, são disso exemplo já que a educação financeira é uma prioridade do agrupamento

Além de já terem adotado os Cadernos de Educação Financeira para os 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, o agrupamento tem dinamizado atividades no sentido de ensinar aos alunos questões como o valor do dinheiro como resultado do trabalho ou gestão do orçamento. Até o desfile de carnaval dos alunos foi subordinado ao tema da poupança, no ano passado.

O agrupamento foi distinguido pela direção-geral da Educação na sexta edição do concurso “Todos Contam”, que premeia os melhores projetos de educação financeira a implementar nas escolas.

“É um projeto que se tem vindo a desenvolver ao longo de anos a partir da necessidade dos professores e da escola – e depois alargado às próprias famílias”, afirmou Isabel Alçada, presidente do júri do concurso “Todos Contam” e consultora para a educação do Presidente da República, sublinhando que o objetivo é que haja uma “adesão progressiva” da educação para a literacia financeira.

Este ano, o objetivo do concurso é que as escolas não pensem somente em atividades isoladas, mas que entrassem em diálogo sobre a formação financeira.

“Pediu-se às escolas que elaborassem projetos fundamentados, sustentados, interessantes para os alunos. É isso que tem acontecido ao longo destes sete anos por todo o país”, afirmou Isabel Alçada”, sublinhando que, “cada vez mais”, estes projetos recorrerem a recursos tecnológicos. “Se queremos que a educação financeira possa chegar diretamente aos mais novos, é indispensável que disponibilizemos recursos que estejam à mão de semear”, acrescentou.

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