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PJ detém dois suspeitos de burla em abertura de contas bancárias em França

Organização criminosa transnacional lesou bancos e empresas francesas em 1,2 milhões de euros. Recrutavam indivíduos em Portugal, a troco de dinheiro, para abrir contas bancárias em França. Créditos pedidos pelos chamados “homens de palha” nunca chegaram a ser pagos e serviram para comprar bens de diversa natureza.
27 Junho 2019, 16h38

A Polícia Judiciária (PJ), através da Diretoria do Norte, deteve, nesta quinta-feira, 27 de julho, dois indivíduos por suspeitas dos crimes de branqueamento, burla qualificada e burla informática. Esquemas fraudulento passava na abertura de contas bancárias e na constituição de empresas em França por indivíduos sem instrução, a troco de dinheiro. Créditos bancários serviram para comprar bens de diversa natureza, mas acabaram por nunca ser pagos enquanto bens adquiridos com empréstimo eram vendidos.

Em causa está uma organização criminosa transnacional, com núcleo em França, que lesou em 1,2 milhões de euros instituições de crédito e empresas francesas.

“A Polícia Judiciária (PJ), através da Diretoria do Norte, no âmbito de inquérito titulado pelo Ministério Público/DIAP de Vila Nova de Gaia, e no cumprimento de mandados emitidos por este, procedeu hoje à detenção de dois indivíduos e à realização de busca domiciliária no concelho de Vila Nova de Gaia, pela presumível prática de crimes de branqueamento, burla qualificada e burla informática”, informa a PJ em comunicado.

Nesta investigação, segundo a PJ, foram apurados e consolidados fortes indícios de que os suspeitos, desde o ano de 2017, integram uma organização criminosa de carácter transnacional, cujo núcleo principal encontra-se instalado em França, e que se dedica à prática de crimes contra o património.

“Estima-se que esta organização criminosa terá lesado, até ao momento, instituições de crédito e empresas francesas em cerca de 1.200.000,00€ (um milhão e duzentos mil euros)”, avança a PJ, acrescentando que a sua atividade criminosa consiste, principalmente, “na abertura de contas bancárias e na constituição de sociedades comerciais em França por indivíduos sem instrução e que não dominam a língua francesa, a troco do recebimento de quantias monetárias”.

De acordo com a PJ do Porto, a organização criminosa procedia, essencialmente, à obtenção de créditos bancários e à aquisição de bens de diversa natureza, que não pagavam, procedendo posteriormente à respetiva venda.

Os suspeitos recrutaram vários indivíduos em Portugal, habitualmente denominados como “homens de palha”, que se deslocaram a França apenas com o propósito de nesse país procederem à abertura das contas bancárias onde, conclui a PJ, “terão ocorrido factos constitutivos do crime de burla”.

Segundo a PJ, também se apurou que os suspeitos, sendo titulares de contas bancárias em Portugal, entre fevereiro e outubro de 2018 também possibilitaram que fossem creditadas nessas contas bancárias inúmeras transferências, sendo os ordenantes indivíduos referenciados em investigações a correr termos em França, por se tratarem de operações com origem em esquemas fraudulentos.

Os detidos, um homem e uma mulher, respetivamente com 54 e 40 anos de idade, vão ser presentes às autoridades judiciárias competentes para primeiro interrogatório e aplicação das medidas de coação.

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