Greta Thunberg revela que para mudar o paradigma da emergência das alterações climáticas “plantar árvores não chega”. A afirmação da jovem ativista sueca foi feita no Fórum Económico Mundial, que decorre entre os dias 21 e 24 de janeiro, na cidade de Davos, na Suíça, depois de Donald Trump ter anunciado que os Estados Unidos vão participar na missão de plantar um bilião de árvores pelo mundo.
“Plantar árvores é bom, é claro, mas não está nem perto o suficiente e não pode substituir a verdadeira mitigação e a natureza selvagem. Não precisamos reduzir as emissões [de CO2] as emissões precisam parar”, afirmou Greta Thunberg.
“Há um ano, vim a Davos e disse que a nossa casa está a pegar fogo” lembrou Greta Thunberg para uma sala totalmente lotada. “Disse-vos que queria que vocês entrassem em pânico. Fui avisada de que dizer às pessoas para entrarem em pânico com a crise climática é uma coisa muito perigosa de ser feita”, referiu a ativista sueca.
Greta Thunberg salientou ainda que “quando as crianças mandam vocês entrarem em pânico, não estamos a dizer para vocês continuarem tudo como antes”. “Não estamos a dizer para vocês confiarem em tecnologias que ainda não existem e talvez nunca existam”, acrescentou.
Num discurso marcado pela revolta, Greta Thunberg sublinhou que “não estamos pedir para compensar as emissões [de CO2) pagando a alguém para plantar árvores em África enquanto a Amazónia é derrubada”.
Durante o seu discurso em Davos, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos vão juntar-se à iniciativa que visa plantar um bilião de árvores no mundo.
Este anúncio do presidente norte-americano não deixou impressionada a Greenpeace. Jennifer Morgan, diretora executiva da Greenpeace, referiu ao jornal “The Guardian”, que esta iniciativa “não compensa um último ataque mais amplo à emergência climática”.
Jennifer Morgan respondeu diretamente a Donald Trump salientando que “assumir pode ter uma América grande, lucrativa e os americanos felizes sem entender o risco que as mudanças climáticas provocam para os americanos é surpreendente”.
Questionada sobre o que Donald Trump deveria fazer, a diretora da Greenpeace, frisou que o líder norte americano “deveria implementar um plano climático abrangente, socialmente justo, que reduziria as emissões a zero até 2040 e deixaria os combustíveis fósseis no chão”.
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