No ano em que celebra 20 anos da sua presença em Portugal, a Intrum Justitia, multinacional especializada em serviços de gestão de crédito, analisou as implicações dos atrasos de pagamentos nas PME.
O European Payment Report – EPR (Relatório de Pagamento Europeu).da Intrum Justitia “revela que as pequenas e médias empresas (PME) de toda a Europa necessitam de aceitar prazos de pagamento mais longos solicitados por outras empresas e Portugal não é exceção”, destaca um comunicado.
O relatório da Intrum Justitia demonstra ainda um aumento significativo desta situação em 2017.
“Neste momento, 87% das empresas portuguesas afirmam ter sido convidadas a aceitar prazos de pagamento mais longos – sendo que, no ano passado, o valor registado apontava para 76%. Em relação à média europeia, este número diminui para 61%, também superior a 2016, em que se situava nos 46%”, adianta o referido comunicado.
Segundo a Intrum Justitia, este é um problema com tendência para gerar um ciclo vicioso, em que as empresas que recebem pagamentos em atraso são, por sua vez, obrigadas a pagar aos seus fornecedores também com atraso.
Aliás, os resultados do inquérito revelam que três em cada quatro empresas admitem que pagam, regularmente, fora de prazo.
“Esta situação preocupante leva as empresas a exigirem garantias de pagamento mais rígidas. Em Portugal, 5% das empresas afirmam que seria uma mais-valia uma nova legislação, enquanto na Europa este valor atinge os 42%. Por outro lado, em Portugal 18% das empresas preferiam novos códigos de conduta voluntários de forma a estabelecer uma cultura de pagamento pontual, enquanto a média europeia se situa nos 30%”, defende o comunicado da Intrum Justitia.
De forma a ajudar as PME, a União Europeia adotou a Diretiva de Atrasos de Pagamento para as transações comerciais em 2011 e, em Portugal, o Decreto-Lei 62/2013, transpôs para o direito nacional a Diretiva 2011/7/UE, aprovando medidas contra os atrasos de pagamento, que se aplicam a todas as transações comerciais, quer as estabelecidas entre empresas, incluindo profissionais liberais, quer entre empresas e entidades públicas.
No encontro realizado hoje em Lisboa pela Intrum Justitia, Laura Mc-Grath, DG Internal Market, Industry, Entrepreneurship & SME da Comissão Europeia, referiu, contudo, que “existe ainda muito trabalho a fazer antes de uma cultura consistente do pagamento rápido se tornar uma realidade”.
Por seu lado, Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Justitia Portugal, afirmou estar convencido de que “precisamos de fazer muito mais para apresentar uma nova perspetiva sobre as rotinas de pagamento das empresas”.
“Os pagamentos dentro dos prazos devem estar na agenda de sustentabilidade das empresas. Esse é o único caminho para mudar hábitos de comportamento e isso ajudaria muito as pequenas e médias empresas – gerando criação de empregos e sociedades em crescimento”, concluiu Luís Salvaterra.
A Intrum Justitia assume-se como a maior consultora europeia de serviços de gestão de crédito e cobranças (CMS), oferecendo um leque de serviços incluindo a compra de créditos e que tem como missão melhorar o cash flow e a rentabilidade a longo prazo dos seus clientes.
Fundada em 1923, a Intrum Justitia tem quatro mil funcionários em 24 países.
A faturação consolidada em 2016 foi de 643 milhões de euros.
A Intrum Justitia AB está cotada na bolsa Nasdaq de Estocolmo desde 2002.
A consultora está em Portugal desde 1997 e conta com mais de 200 colaboradores.
O European Payment Report 2017 (Relatório Europeu de Pagamentos 2017) é baseado numa pesquisa realizada simultaneamente em 29 países europeus, entre fevereiro e março de 2017.
Neste relatório, a Intrum Justitia reúne dados de milhares de empresas na Europa para ter uma melhor compreensão dos comportamentos de pagamento e a saúde financeira das empresas na Europa, facultando uma visão geral dos riscos de pagamento e vulnerabilidade dos mercados e das empresas.
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