O ministro das Infraestruturas deixou fortes críticas ao líder do PSD pela sua proposta para a TAP. Rui Rio disse que, se fosse primeiro-ministro, teria deixado falir a TAP quando a crise da pandemia atingiu a aviação mundial e abria outra companhia aérea, se houvesse interesse de privados, mas o responsável da tutela da companhia aérea criticou esta solução.
“Um candidato a Primeiro-Ministro assume publicamente fazer aquilo que, infelizmente, muitos empresários em Portugal sofrem na pele: um devedor encerra a sua empresa, não paga o que deve aos credores e abre outra empresa ao lado, com outro nome, para continuar o mesmo negócio. Triste exemplo que dá a quem não é sério no mundo empresarial. Portanto, a solução de Rui Rio é que a TAP, empresa com 50% de capital público, “enfiasse” um calote a todos os credores, incluindo empresas portuguesas e cidadãos nacionais que tinham obrigações da própria TAP. Um homem que pensa assim não pode ser Primeiro-Ministro”, reagiu Pedro Nuno Santos nas redes sociais.
O ministro olha também para o caso da companhia aérea italiana Alitalia que também foi alvo de um resgate devido à pandemia da Covid-19.
“Rui Rio invoca casos de outros países para justificar a sua opção. Vamos então ao mais recente: o encerramento da Alitália. O governo italiano já tinha injetado 900 milhões de euros na Alitalia quando decidiu fazer o que Rui Rio sugeriu para a TAP. A Comissão Europeia autorizou o encerramento da Alitalia e a abertura de uma nova companhia (a ITA) mas… esta nova companhia só podia ficar com 52 aviões (a TAP ficou com 96) e tinha de prescindir de 57%, dos slots no seu hub, o aeroporto de Roma (a TAP só teve de prescindir de 5% dos seus slots). Mas esta nova companhia aérea não ficou isenta de custos. O Estado Italiano perdeu os 900 milhões de euros que já tinha injetado na Alitalia e ainda terá de injetar 1350 milhões na nova companhia aérea ITA. Portanto, 2250 milhões de euros para ficarem com uma Alitaliazinha. Portugal continua com uma TAP”, acrescentou o ministro.
“Cumprimento Rui Rio por ter tido a audácia de dizer o que teria feito como Primeiro-Ministro, mas fica claro o seu nível de impreparação para o cargo”, rematou Pedro Nuno Santos.
Na sexta-feira, Rui Rio revelou o que faria com a companhia aérea devido à crise que abateu durante a pandemia. “No momento em que a TAP faliu completamente por força da pandemia, e uma vez que o historial da TAP é este, a TAP tinha mesmo de fechar e, se houver interesse da parte de privados, fazer ao lado de raiz uma companhia nova, como foi o que foi feito pelos outros países”, afirmou, citado pela “CNN Portugal”.
“No futuro, com um altíssimo grau de probabilidade, a TAP vai continuar de mão estendida ao contribuinte português. Por isso, o anterior Governo [de Passos Coelho] privatizou a TAP, e bem. O Governo de António Costa fez o contrário”, disse o líder do PSD.
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