A inflação atingiu “em força” as economias mundiais e tem sido uma das principais causas para a perda do poder de compra. Os preços dos bens essenciais – como a alimentação, a habitação e a energia – sofreram grandes aumentos, colocando pressão no orçamento dos consumidores.

Por isso, não é surpreendente que 95% dos portugueses estejam preocupados com o poder de compra, como revela o Barómetro Europeu realizado pelo Cetelem. O inquérito revela ainda que mais de metade (58%) afirmam que viram o seu poder de compra diminuir. Daí ser necessária uma reflexão sobre este tema. Porque o poder de compra é mais do que um dado económico, é o reflexo da qualidade de vida e bem-estar dos cidadãos de um país.

Apesar do aumento das despesas das famílias, certamente influenciadas pela inflação, ter ocorrido em paralelo com aumento do rendimento, a realidade é que os consumidores continuam a expressar dificuldade em fazer face aos aumentos dos preços nos últimos anos nos mais diversos bens essenciais.

Consequentemente, não encontraram outra solução a não ser ajustar os orçamentos para fazer face às despesas, sendo que 42% esperam um aumento das mesmas. Poupar parece ser a palavra de ordem e este ano mais de metade (61%) planeiam tomar medidas para reduzir as suas despesas.

Entre as medidas está, por exemplo, a escolha de marcas low cost, nomeadamente nas compras de alimentação. Isto significa que os portugueses estão a ser mais rigorosos com os gastos e que o preço é cada vez mais um fator decisivo.

Neste contexto, e apesar das adaptações necessárias aos novos desafios financeiros, há uma nota positiva: muitos consumidores continuam a fazer planos, que esperam conseguir realizar, como, por exemplo, viajar. O que demonstra que os portugueses estão a encontrar estratégias para gerir eficazmente os seus orçamentos.

Também a recuperação da economia, embora de forma lenta, nos dá motivos para optarmos pelo otimismo. É ainda sinal positivo a resiliência do mercado de trabalho. Desta forma, tudo leva a crer que, num futuro próximo, o poder de compra dos portugueses não esteja no topo das preocupações.