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Politécnico de Leiria abre primeira ‘sala de aula do futuro’ em Portugal

É o primeiro Laboratório de Pensamento Complexo em Portugal e pretende ser um espaço para construção de ideias a partir de problemas, potenciando e incentivando o pensamento complexo da comunidade académica.
10 Abril 2022, 22h00

O modelo de aula em que o estudante está sentado à secretária, virado para o professor, está cada vez mais ultrapassado. Impressoras 3D, óculos de realidade virtual, robôs de programação, quadros de escrita… serão assim as salas de aulas no ensino superior e em todos os níveis de ensino.

Na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria acaba de abrir uma, a primeira do género em Portugal. “Decidimos chamar-lhe Laboratório de Pensamento Complexo, tentando ilustrar a importância de uma reforma de pensamento que segue em direção a um pensamento complexo”, diz Pedro Morouço, diretor da Escola, que — na inauguração, no Dia Internacional da Matemática, do PI e do nascimento de Albert Einstein — acolheu no seu seio Carlos Fiolhais, o físico e professor da Universidade de Coimbra, que fez uma preleção sobre a criatividade, de ontem e hoje.

Na nova sala da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do IPLeiria, os alunos são impulsionados a desenvolver uma estratégia de pensamento que não seja redutora nem totalizante, mas reflexiva, perante objetos multidimensionais, interativos e com componentes aleatórios, na linha do que é defendido pelo grande pensador da educação Edgar Morin.

“Os estudantes — explica Pedro Morouço ao JE Universidades —precisam de ser estimulados e com este laboratório pretendemos criar um espaço para construção de ideias a partir de problemas, mediante a partilha e valorização do conhecimento”. Complementa: “Através da promoção de “uma interdisciplinaridade, e tratando os assuntos através de diversos ângulos e com recurso a diferentes tecnologias, cremos que os estudantes serão impelidos a um melhor processo pedagógico”.

Neste momento, o laboratório está disponível para os estudantes, técnicos e docentes da Escola, que podem reservar o espaço para atividades letivas e outras atividades académicas. “Consideramos que este laboratório tem todo o potencial e as características necessárias para registar uma procura significativa por parte dos nossos docentes, o que nos poderá compelir a repensar as salas de aula existentes e a transformá-las neste tipo de espaço e oferta”, adianta.

A nova infraestrutura é vista como um embrião da Escola para estender potencialidades junto de entidades parceiras. No futuro, admite Pedro Morouço, o espaço poderá vir a ser aberto ao exterior, para contribuir para estimular o pensamento e a criatividade da comunidade. Já estão a ser estudadas ideias e oportunidades para promover o espaço nesse sentido.

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