O Plano Balcerowicz. Criado pelo economista Leszek Balcerowicz para ser a receita para o período ‘pós-moscovita’, chamemos-lhe assim, o plano decalcava aquilo que eram as prioridades de instituições como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial: apostar tudo na economia de mercado e relegar as preocupações sociais para o período de ‘vacas gordas’ que inevitavelmente acontece depois de um ‘aperto’ que com certeza trás a recessão, o desemprego, a quebra do poder de compra e o abaixamento do nível de vida. Os que se ‘safarem’ hão de viver melhor, pressupõe a referida teoria, que atribui vida farta aos que sobrevivem e esquece os que não sobrevivem. Javier Milei, o ‘milagreiro’ de serviço na Argentina tem um plano semelhante – também ‘benzido’ pelo FMI – e por isso também há de dar certo.
Depois dos custos sociais iniciais, motivados pelo desmantelamento do comunismo (que, entre outras coisas, dava emprego a toda a gente), com altos picos de desemprego e o aumento da pobreza, o país resistiu e está agora na inesperada situação de ultrapassar o Japão, pelo menos a acreditar nas projeções do FMI e do Banco Mundial.
Estas instituições dizem que a Polónia ultrapassará o Japão em 2026 no PIB per capita ajustado pela paridade do poder de compra (PPC). Em 1990, aquele indicador era, na Polónia, 6.687 dólares; o do Japão estava próximo dos 20 mil. Em 2024, a Polónia chegou aos 51.628 dólares, já muito perto do Japão (53.059 dólares). Este ano, dar-se-á o milagre, num contexto em que, tudo o indica, o país europeu (um dos mais pobres em 1991, quando a União Soviética sucumbiu) vai manter uma média anual de crescimento de 4% ao ano.
Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com