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Polónia preocupada com manobras militares da Rússia e Bielorrússia

Rússia afirma que estas manobras mobilizaram cerca de 12.700 soldados, quando a aliança estima que o número de militares envolvidos é de aproximadamente 100 mil.
Polónia
14 Setembro 2017, 20h41

O governo de Varsóvia denunciou esta quinta-feira “indícios” de que as manobras conjuntas iniciadas pelos exércitos da Rússia e Bielorrússia, perto da fronteira com a Polónia e com os países bálticos têm “caráter ofensivo”, ao contrário do declarado por Moscovo.

O vice-ministro de Defesa da Polónia, Michal Dworczyk, expressou numa declaração no Parlamento, “preocupação” perante estes exercícios militares, que tanto a Polónia como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) “acompanham de perto”.

“Tratam-se algumas manobras que não são transparentes, tanto pela falta de informação sobre o número de soldados envolvidos quanto pelas incertezas em torno do cenário escolhido”, acrescentou o titular da Defesa, referindo-se às dúvidas expressas pela NATO quanto à veracidade dos dados apresentados por Moscovo.

A Rússia afirma que estas manobras mobilizaram cerca de 12.700 soldados, quando a aliança estima que o número de militares envolvidos é de aproximadamente 100 mil.

As “Zapad”, manobras militares que a Rússia e a Bielorrússia realizam a cada quatro anos para melhorar sua coordenação, acontecem perto das fronteiras da Polónia, Estónia, Letónia e Lituânia. O alerta perante estes exercícios também afetou os países bálticos, que criticaram a falta de transparência da Rússia e se consideraram preparados para se defender.

A presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, afirmou em entrevista à rádio LRT que o país “está melhor preparado” agora do que em ocasiões anteriores, em parte pela ajuda dos “amigos da NATO”. Ela também denunciou que, apesar da fase “ativa” das manobras ter começado hoje, os “movimentos de tropas e os preparativos” estão a acontecer “há cerca de um mês”.

Por seu lado, o ministro de Relações Exteriores da Letónia, Edgars Rinkevics, afirmou à televisão pública que o seu país “não considera os exercícios como uma ameaça militar direta”, mas reconheceu que o governo está em “estado de alerta”.

“Não podemos descartar as tentativas de testar as defesas da NATO ou de nos testar de uma forma não militar, como em ciberdefesa”, acrescentou.

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