Uma série de inspeções ambientais na China levou ao encerramento de dezenas de milhares de empresas que produzem matéria-prima para a indústria química, como cimento e borracha, aumentando os preços e parando mesmo algumas linhas de produção.
Estas inspeções destacam a disposição do Partido Comunista em sacrificar algum do crescimento económico pelo combate à poluição do ar, da água e da terra no país. A ação ambientalista acontece antes do congresso político deste mês, que vai anunciar o presidente Xi Jinping como chefe do partido, pelo segundo mandato de cinco anos.
Desde o primeiro mandato que Xi Jinping tem lutado para melhorar a performance do governo relativamente a este problema.
A Greenpeace estima que o ar de um terço das cidades chinesas piorou nesta primavera, em comparação com o ano anterior. Os ambientalistas culpam o foco contínuo de Pequim no cumprimento dos objetivos de crescimento económico.
Uma série de inspeções foram ordenadas em agosto de ano, em 31 províncias e regiões. As penas impostas aos agentes poluidores também foram endurecidas. “Costumava ser apenas multas, mas agora a pena é a suspensão ou encerramento da produção. Isto tem um impacto muito maior”, uma vez que está em causa o futuro da produção, disse o ambientalista chinês Ma Jun, ao Financial Times. “É a primeira vez que as empresas estão a ser motivadas a tornarem-se mais verdes”.
Mais de sete mil fábricas foram fechadas – pelo menos temporariamente – na província de Sichuan, de acordo com os media locais. Na cidade de Zibo, na província de Shandong, foram fechadas cinco mil empresas químicas, de acordo com o “Rubber and Plastics News”, jornal chinês.
Como resultado destas inspeções, os preços das matérias primas subiram. Por exemplo, o preço do cimento atingiu o máximo dos últimos três anos, enquanto o preço do ácido fórmico, utilizado como conservante na alimentação animal, duplicou até o final de agosto, em relação ao ano anterior. Os preços dos fertilizantes aumentaram mais de um terço no mesmo período.
Mas, apesar da “ferocidade” das inspeções, alguns especialistas estão preocupados com o facto da probabilidade de muitas fábricas poderem reabrir nas mesmas condições uma vez que as inspeções acabem. “Uma vez que os inspetores fora do cenários, as fábricas vão simplesmente abrir as portas novamente”, escreveu um consultor chinês, Jacob Yount, numa nota enviada ao FT. “Assim, o encerramento de fábricas ainda parece estar cheio de truques, mas isso é normal na China”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com