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Porque é importante promover a confiança no trabalho?

Longe vão os tempos em que Maquiavel escrevia que “é melhor ser temido do que amado”. Hoje, liderar pelo medo é, certamente, o caminho para criar desconfiança e colocar em causa o sucesso de uma empresa. A única forma de sobreviver num mercado cada vez mais competitivo será, então, criar uma cultura empresarial assente na credibilidade e confiança no trabalho.
Rui Rocheta – Chief Regional Officer Southwestern Europe & Latam da Gi Group Holding
22 Julho 2024, 07h55

A confiança revela-se o fator crucial para criar equipas inovadoras e produtivas, com o entusiasmo necessário para conduzir a empresa rumo ao sucesso organizacional. É certo que construir confiança no trabalho acarreta múltiplos desafios, contudo, a longo prazo, os benefícios tornarão esses desafios irrelevantes. Este é um trabalho tanto para líderes como para colaboradores.

Qual é a importância da confiança no trabalho?

A Harvard Business Review define o conceito de “confiança” como “a pedra basilar das organizações mais bem-sucedidas”. Aliás, as empresas com elevados níveis de confiança no trabalho reportam, segundo o estudo The Neuroscience of Trust:

  • 106% mais energia no local de trabalho;
  • 50% mais produtividade;
  • 74% menos stress;
  • 13% menos dias de baixa por doença;
  • 76% mais empenho;
  • 29% mais satisfação na vida dos profissionais;
  • 40% menos burnout.

Como se estes dados não bastassem, as empresas com níveis de confiança no trabalho mais baixos sofrem também com menores níveis de inovação, bem como problemas na comunicação. Tudo isto resultará não só numa perda de reputação no mercado, como também poderá refletir-se negativamente nos resultados financeiros. Além disso, prejudicará, decerto, a capacidade de atrair clientes e talento altamente qualificado.

Por todos estes motivos, é tão importante promover a confiança no trabalho, algo que começa com a valorização dos profissionais. Esta pode parecer uma ideia comum, mas nunca foi tão relevante como atualmente.

Ainda assim, um relatório da PwC sobre a confiança nas empresas demonstra que a perceção de confiança entre líderes e trabalhadores é bastante distinta. Enquanto 86% dos líderes consideram que a confiança dos seus trabalhadores é elevada, apenas 67% desses trabalhadores confiam muito nos seus líderes.

Nunca foi necessário trabalhar esta confiança como agora. A adoção de novas tecnologias, como a inteligência artificial, provoca incertezas e receios entre os trabalhadores. É aqui, então, que a confiança no trabalho tem um papel crucial, materializando-se na capacidade de as empresas mostrarem aos seus profissionais a importância da tecnologia para a organização.

Como construir uma base para a confiança profissional?

Importa ainda, frisar que a confiança no trabalho só é possível se existir integridade no meio laboral. Tal como a revista Forbes destaca, a integridade é a pedra basilar da confiança já que “as pessoas veem os indivíduos com integridade como consistentes nas suas palavras e ações”.

Assim, os padrões de integridade seguidos pelos profissionais que determinam o funcionamento das equipas, tendo também repercussões na imagem externa da empresa.

Além da integridade, existem outros aspetos fundamentais para criar equipas inovadoras, colaborativas e criativas, por exemplo:

  • Cultivar o respeito mútuo entre líderes e profissionais, assente no tratamento com dignidade e empatia;
  • Manter uma comunicação transparente, honesta e bidirecional que privilegie o feedback construtivo e o reconhecimento do trabalho em detrimento da crítica injustificada;
  • Dar liberdade aos trabalhadores para tomarem decisões, promovendo a autonomia e evitando o micromanagement;
  • Mostrar honestidade e transparência nas ações, independentemente do cargo ocupado;
  • Assumir responsabilidade e reconhecer erros.

Apesar dos seus desafios, a confiança no trabalho é, acima de tudo, assegurada por uma liderança empática e uma cultura de colaboração, com comunicação aberta e honesta entre líderes e profissionais. Afinal, o papel de promover a confiança no trabalho não recai somente sobre os líderes, embora estes tenham, certamente, uma responsabilidade acrescida.

 

Este artigo é da autoria da Gi Group Holding.

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