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Porsche dá meia-volta e mete 100% elétricos na gaveta

Carros elétricos previstos vão ficar suspensos, com a marca a apostar (novamente) em térmicos e híbridos plug-in.
23 Setembro 2025, 07h00

Os investidores penalizaram a Porsche na segunda-feira depois de a marca meter os projetos para lançar novos carros elétricos na gaveta.

A companhia afundou mais de 7% na segunda-feira depois de ter cortado a previsão de margem de lucro para este ano à boleia da fraca procura pelos seus novos carros elétricos, tendo a companhia adiado o plano para aumentar o peso dos elétricos no seu portfólio.

O SUV K1 fica assim suspenso assim como outros modelos 100% elétricos, segundo a empresa, com o plano para o 718 elétrico a ficar inalterado, para já. A marca alemã vai acrescentar mais carros a combustão e híbridos.

As ações registaram a sua maior queda diária de sempre depois de ter anunciado um recuo na sua estratégia para os carros elétricos: queda superior a 9% em Frankfurt, a maior descida desde que arrancou a negociação há três anos. A cotada já viu o seu valor recuar quase 30% este ano.

A queda no preço das ações levou a empresa a sair do índice principal (DAX) da bolsa de Frankfurt.

A mudança de estratégia vai ter um impacto de 1,8 mil milhões de euros nos lucros operacionais da companhia.

Desde a sua estreia em bolsa em 2022 que a companhia tem sentido o peso do abrandamento da economia chinesa e agora das tarifas norte-americanas.

A empresa cortou pela quarta vez as suas previsões para este ano.

Os clientes “não estão a apostar nos carros de luxo elétricos. A Porsche percebeu isto e está a regressar aos modelos térmicos com margens elevadas”, disse à “Bloomberg” o analista Matthias Schmidt.

Um dos problemas é precisamente a China, o maior mercado automóvel mundial, com o abrandamento do mercado de luxo e com a BYD a dominar as vendas de elétricos.

Já as tarifas de Trump estão a pesar na marca, sendo este o seu mercado onde as importações mais pesam, logo está mais sensível a tarifas.

A casa-mãe Volkswagen também está a sofrer tem anunciado uma imparidade de três mil milhões de euros, tendo recuado mais de 8% em bolsa na segunda-feira, a maior queda em mais de dois anos.

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