A Porsche encontra-se a desenvolver tecnologia de condução autónoma que permitirá experienciar qual a melhor forma de lidar com as várias pistas do mundo, adianta o Financial Times. O construtor germânico utilizará software telemático para captar os dados dos seus pilotos profissionais em pista. Esses dados serão depois enviados para que um veículo autónomo possa replicar toda a experiência em pista. Ou seja, o condutor poderá experienciar a velocidade e forma de condução de um profissional. De seguida é a vez de este tomar as rédeas do veículo, medindo as suas capacidades face uma “volta ideal”, obtendo em tempo real indicações sobre como melhorar as suas prestações.
Oliver Blume, CEO da Porsche, acredita que esta tecnologia terá grande futuro como “instrutor virtual” para as pistas. “O sistema pode ajudá-lo: ‘Tem de travar um pouco mais tarde, fazer a curva um pouco mais fechada’”, declarou Blume ao Financial Times durante o Festival de Velocidade de Goodwood, no passado fim de semana.
A orientação da Porsche reveste-se de particular interesse porque a tecnologia de condução autónoma costuma ser percebida como uma ameaça pelos construtores de modelos desportivos, uma vez que poderá retirar a emoção da condução. No entanto, a ideia deste construtor pode transformar essa ameaça numa oportunidade, ao transmitir para os condutores a arte dos pilotos profissionais, ao mesmo tempo que anunciaria o total potencial de um modelo de topo.
A ajudar a Porsche no desenvolvimento deste software está Mark Webber, que se retirou da Formula 1 no ano passado e agora é embaixador da Porsche. O australianao, de 40 anos, brincou com este software, que apelidou de “Mark Webber App”: “Vou alimentar a aplicação e desconstruir o meu próprio talento”, disse em Goodwood. Webber referiu ainda que esta aplicação está na primeira fase de desenvolvimento e que o próprio está “totalmente” convicto de que é exequível e de que tem potencial para “acelerar” a curva de aprendizagem para futuros pilotos automóveis, permitindo-lhes melhorar por níveis, de noviço a profissional. Por isso, o australiano percorrerá as pistas a “40%, 50% e 60%, para dar aos condutores os diferentes níveis de aprendizagem. Depois é só sentar-se a apreciar.”
Blume não confirmou quando é que este software estará concluído, mas confirma que a tecnologia que permitirá aos Porsche conduzir-se em pista já existe. Aliás, a primeira edição da Roborace, uma competição de modelos de condução autónoma, teve lugar em fevereiro, em Barcelona, Espanha. “Muitas pessoas dizem que a condução autónoma e a Porsche não combinam, mas nós pensamos adiante – como usar as tecnologias e torná-las especiais para a Porsche.”
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