[weglot_switcher]

Portal da Queixa recebeu 787 reclamações em janeiro dirigidas ao sector da saúde

Entre as cinco reclamações mais apresentadas pelos portugueses, o SNS liderou o foco das queixas, com um total de 186 reclamações, seguindo-se os hospitais e centros de saúde com 142 reclamações, os planos e seguros de saúde com 135 queixas, os grupos privados de saúde com 115 queixas e as farmácias com 74 reclamações no mês de janeiro.
2 Fevereiro 2021, 10h32

O mês de janeiro, além de ser marcado pelo regresso ao confinamento geral e por números recordes em infeções e óbitos diários, foi também o pior mês em termos de queixas apresentadas pelos cidadãos portugueses na área da saúde, tendo sido registadas 25 reclamações por dia, num total perto de 800.

O Portal da Queixa revela num novo relatório que o Serviço Nacional de Saúde foi o maior foco das reclamações dos portugueses, bem como a impossibilidade de ser atendido por um médico.

Entre 1 e 31 de janeiro de 2021, o Portal da Queixa registou um total de 787 reclamações na plataforma dirigidas ao sector da saúde, notando a maior média diária de queixas contra este sector. Em janeiro do ano passado registaram-se 455 queixas na plataformas, verificando-se um aumento de 73% face ao período homólogo.

Entre as cinco reclamações mais apresentadas pelos portugueses, o SNS liderou o foco das queixas, com um total de 186 reclamações, seguindo-se os hospitais e centros de saúde com 142 reclamações, os planos e seguros de saúde com 135 queixas, os grupos privados de saúde com 115 queixas e as farmácias com 74 reclamações no mês de janeiro.

Entre os casos denunciados na plataforma, Carla Amoreira revela que ninguém a quis avaliar nos serviços Covid da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco depois de ter acusado um teste positivo, enquanto a reclamação de Paula Teixeira se deveu ao facto de ter estado mais de 12 horas à espera por uma consulta Covid, depois de ter sido reencaminhada pela médica de uma consulta prévia e pelo SNS24.

“O Serviço Nacional de Saúde continua a registar taxas de insatisfação muito elevadas de ano para ano, não demonstrando melhorias contínuas no serviço prestado. Enquanto que, verificámos indicadores de redução do número de reclamações através dos canais do Estado, nomeadamente no Livro Amarelo e de Reclamações, que induzem em erro na interpretação do atual estado do sector”, revela Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa, em comunicado.

“No Portal da Queixa este crescimento é demais evidente, demonstrando não só que os utentes do SNS estão descontentes com o serviço prestado, como também pela desacreditação no regulador de defesa do consumidor, que manifestamente não traduz confiança na resolução dos problemas apresentados”, afirma o CEO.

Numa análise às queixas dos consumidores, o Portal da Queixa aponta que as reclamações recebidas espelham a falta de acompanhamento que os doentes precisam e a preocupação em não conseguir atendimento médico, seja presencial ou por teleconsulta. A impossibilidade de ser atendido por um médico gerou 36% das queixas dirigidas, sendo o principal motivo de reclamação, seguindo-se a falta de atendimento por telefone, que gerou 34,4% das reclamações.

Em 2020, o Portal da Queixa verificou um total de 7.277 reclamações dirigidas ao sector da saúde, num aumento de 80% face ao ano anterior.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.