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Porto Tawny enche o copo aos reis do Douro com vendas a crescer 10%

Symington prevê mais vendas, apesar dos desafios em mercados cruciais. Enoturismo vai sair beneficiado com mais turistas. Se Trump impuser tarifas, será um “revés bastante duro”.
8 Março 2025, 21h00

Há mais de 140 anos, um jovem escocês chegou a Portugal com a ambição de singrar no negócio de vinho do Porto. Após ganhar alguma experiência, Andrew James Symington montou o seu próprio negócio de exportação. A empresa familiar cresceu ao longo de um século e tornou-se na principal proprietária de vinhas no Douro, com 25 quintas com mais de mil hectares a produzir vinho.

Depois de um 2024 em que as vendas ficaram “aquém dos objetivos traçados”, o objetivo para este ano é “conseguir um crescimento de cerca de 10% no volume de vendas”, disse ao JE Rupert Symington, o novo líder da empresa familiar após a saída recente de Johnny Symington.

Para 2025, o novo líder da Symington Family Estates reconhece que as “condições no terreno continuam difíceis, em alguns dos nossos mercados estratégicos”, como o Reino Unido onde aumentou recentemente a carga fiscal sobre as bebidas alcoólicas. Ao mesmo tempo, a “pressão sobre o preço do cabaz de compras” para os consumidores europeus “faz com que haja menos disponibilidade” para comprar vinhos do Porto e vinhos não fortificados. Mas a empresa garante estar “otimista” em relação à “boa evolução nas vendas das categorias especiais de vinho do Porto, particularmente os Tawny velhos”. O crescimento do número de turistas em Portugal também é uma boa notícia para a divisão de enoturismo.

A companhia conta como principais mercados de exportação o Reino Unido, Países Baixos, Bélgica, França, Estados Unidos, Dinamarca, Polónia, Canadá e Alemanha.

A incursão nos vinhos tranquilos teve início em 1999, mantendo agora quintas nas regiões do Douro, Alentejo e Vinho Verde, a par da produção de vinho espumante em Hampshire, no Reino Unido.

O enoturismo é a unidade de negócio mais recente com a abertura de dois restaurantes na Quinta do Bomfim, no Douro, detida pela família: Casa dos Ecos e Bomfim 1896. Também abriu um centro de visita na Quinta da Fonte Souto, no Alentejo, e tem para estrear um “novo e aliciante projeto na baixa do Porto”, não revelando mais pormenores. Em 2019, a família comprou um edifício de três andares na Praça Carlos Alberto no Porto para desenvolver um bar de vinhos e um restaurante.

A família detém também as casas de Porto: Graham’s, Cockburn’s, Dow’s e Warre’s. Alguns dos seus projetos mais emblemáticos no Douro são a Quinta do Vesúvio, Quinta do Ataíde ou a Altano.

Olhando para o futuro, Rupert Symington aponta vários desafios para o setor, incluindo o “excesso de produção de vinho a nível mundial, o que mantém uma forte pressão sobre os preços dos vinhos”, a par do aumento do custo de produção.

“Este é um grande dilema: como transmitir esses aumentos dos custos de produção ao consumidor num momento em que este vê o seu poder de compra cada vez mais condicionado pelo aumento assinalável do custo de vida”, sublinha.

Por outro lado, a redução do consumo de álcool, ou a substituição do vinho por outras bebidas, também pressiona o setor.

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