A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou esta manhã 250 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) com maturidade a 19 de Maio de 2017, e 1.250 milhões de euros com maturidade a 17 de Novembro de 2017″. As taxas médias ponderadas não foram muito diferentes das registadas no último leilão e fixaram-se em -0,027%, e 0,005%. respectivamente.
Tiago da Costa Cardoso, gestor da XTB Portugal referiu que “embora a procura tenha sido maior, a ‘yield’ gerada acabou por ser muito similar”. Para Marisa Cabrita, gestora de activos da Orey Financial, “face aos valores observados em Setembro, quando a yield média foi negativa em -0.014%, os leilões subsequentes mostram uma subida ligeira do prémio de risco”. Já Filipe Silva, responsável pela negociação de dívida no Banco Carregosa , considera que “as taxas subiram ligeiramente face aos leilões anteriores, num movimento que acompanha a curva de toda a dívida europeia nas últimas sessões. Houve um ajuste em praticamente todos os países, e as BT seguem as obrigações”.
O leilão mais recente de Bilhetes do Tesouro a seis meses foi realizado a 21 de setembro, tendo sido emitidos 500 milhões de euros com um juro médio de -0,033%, com a procura a exceder a oferta em 2,04 vezes, inferior à registada hoje que se fixou em 3,94.
A última emissão de Bilhetes do Tesouro a 12 meses realizou-se também em Setembro, altura em que o Estado colocou no mercado 1750 milhões de euros a uma taxa de juro média de -0,014%, com uma procura 1,60 vezes acima da oferta, semelhante á do leilão de hoje que ficou em 1,57.
Marisa Cabrita adianta que “a 6 meses o rácio bid-to-cover foi mais robusto do que o observado em Setembro 3.94 vs 2.04, e a yield média foi de -0.027% vs -0.033%, o que mostra também uma subida ligeira da yield exigida”. E que, “considerando o sell off observado no mercado obrigacionista, um pouco por todo o lado, depois da eleição de Donald Trump, e que levou à subida das yields, os resultados do leilão de hoje podem ser considerados positivos. A deterioração ligeira observada, era de alguma forma esperada, considerando o cenário acima descrito”.
Os juros da dívida pública portuguesa têm estado a subir, com receios por parte dos investidores que as futuras políticas comerciais protecionistas e de investimento público de Donald trump possam vir a causar um aumento de inflação. As ‘yields’ da dívida portuguesa na maturidade a 10 anos estão em máximos dos últimos nove meses a subir 16,9 pontos base para 3,672%.
O gestor da XTB acrescenta que, “neste tipo de colocações de curto prazo é difícil assistir a grande evoluções, sendo que teria sido interessante perceber de que forma uma colocação de longo prazo teria excedido as expectativas, já que o clima de apetite pelo risco é grande após a eleição de Donald Trump, com os índices a subir desde quarta-feira da semana passada e a aliviar as ‘yields’ dos periféricos.”
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