Portugal não segurou o excedente face ao exterior em abril, com as balanças corrente e de capital a registarem um défice de 240 milhões de euros, o que compara com o défice de 64 milhões de euros no mesmo período do ano passado.
Segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP), os défices das balanças de bens e de rendimento primário superaram os excedentes das balanças de serviços, rendimento secundário e de capital.
O défice comercial da economia portuguesa face ao exterior diminuiu nos quatro primeiros meses dos ano, tendo a redução do défice da balança de bens, no valor de 2169 milhões de euros, ultrapassado a redução do excedente da balança de serviços, de 1744 milhões de euros.
“Esta diminuição foi maioritariamente justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica de viagens e turismo, no montante de 1298 milhões de euros”, explica a instituição liderada por Mário Centeno.
O regulador indica que as exportações de bens e serviços apresentaram um acréscimo homólogo de 65,9%, decorrente principalmente da evolução nos bens (88,1%) e, em menor medida, nos serviços (17,3%), tendo mesmo as exportações mensais de bens superado as do mês homólogo de 2019. Já as importações de bens e serviços aumentaram 51,7%.
“O saldo das viagens e turismo registou um aumento de 44 milhões de euros, resultante de um crescimento de 79,3% nos créditos e de 89,5% nos débitos, embora tanto as exportações quanto as importações de viagens e turismo permaneçam bastante abaixo dos níveis pré-pandemia”, salienta o BdP.
Nos quatro primeiros meses deste ano, o défice da balança de rendimento primário aumentou 526 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para 1040 milhões de euros, a refletir o pagamento de rendimentos de investimento ao exterior.
Por outro lado, o excedente da balança de rendimento secundário aumentou 157 milhões de euros, como resultado do acréscimo dos fundos europeus, enquanto o excedente da balança de capital diminuiu 232 milhões de euros, devido a uma diminuição das ajudas ao investimento recebidas da União Europeia, ainda que globalmente tivesse existido um aumento dos fundos recebidos.
O regulador revela ainda que até abril de 2021, o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 13 milhões de euros. “Este decréscimo deveu-se, sobretudo, ao aumento de passivos das empresas portuguesas junto de entidades do grupo residentes no exterior e dos passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema”, explica, dando nota que “em sentido contrário, observou-se um aumento de ativos, através do investimento do setor financeiro em fundos de investimento não residentes”.
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