Todos os Estados-Membros melhoraram a sua avaliação, e se e é verdade que a pontuação geral de Portugal aumentou ligeiramente, é de referir que o fez numa proporção menor do que a média da EU. Portugal ocupa agora o 16.º lugar do Índice entre os 28 Estados-Membros da UE, quando em 2017 ocupava o 15º lugar, confirmando a tendência do ano anterior, uma vez que em 2016 ocupava o 14º lugar.
Para a descida em relação ao ano passado terão contribuído o “Índice de preços da banda larga”, na dimensão “Conectividade”, (desde março de 2011 que os preços das telecomunicações crescem mais em Portugal do que na UE), mas principalmente os indicadores relativos às dimensões “Integração das Tecnologias Digitais” e “Serviços Públicos Digitais”.
Na “Integração das Tecnologias Digitais” pelas empresas, houve uma redução substancial da percentagem das mesmas que utilizam a partilha de informações e as tecnologias de identificação por radiofrequência (RFID), bem como uma redução de PME que efetuam vendas online. Indicadores estes, em que Portugal apresentava melhores resultados do que a maioria dos seus congéneres no passado. Espera-se que as iniciativas resultantes da estratégia nacional para a digitalização Indústria 4.0 invertam definitivamente esta tendência.
Na última dimensão acima referida, “Serviços Públicos Digitais”, a diminuição verificada no indicador relativo aos “Utilizadores de serviços de administração pública online” seria pouco expectável, tendo este passado a refletir os utilizadores da administração pública (AP) online, em percentagem dos utilizadores da Internet, que necessitam de apresentar formulários à AP. A maior surpresa, no entanto, refere-se à posição de Portugal em relação às políticas de dados abertos, “Open Data”. Com a descida da posição relativa (25ª em 2017), Portugal ocupa agora a penúltima posição de todos os países da EU (27ª), apenas suplantando Malta. A definição de políticas de interoperabilidade, gestão de informação e de valorização dos dados, carece claramente de grande atenção durante o ano de 2018, para que se consiga melhorar substancialmente este indicador. Um sinal positivo dado nesse sentido foi o lançamento há três semanas de uma nova versão do portal nacional de dados abertos pela Agência para a Modernização Administrativa.
De salientar a dimensão “Capital Humano”, em que apesar da queda na posição relativa em comparação com os outros Estados Membros, registou uma melhoria em termos absolutos em todos os indicadores. Espera-se que a iniciativa INCoDe.2030 venha trazer melhorias substanciais no longo prazo, idealmente já com reflexos nos resultados do próximo ano.