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Portugal duplicou número de pontos de troca de tráfego entre 2016 e 2024

Estudo da tecnológica alemã DE-CIX concluiu que o país, apesar não ter a pujança económica da maioria dos FLAPS (Frankfurt, Londres, Amesterdão, Paris e Estocolomo), conseguiu impor-se enquanto centro de interligação capaz de gerir fluxos de tráfego internacional na Europa.
21 Julho 2024, 17h25

Portugal registou uma duplicação do número de Internet Exchanges – pontos de troca de tráfego – entre 2016 e o início 2024 e uma queda de 65% nos preços da conectividade, o que gerou competitividade na Europa. O país está a tornar-se num hub mundial de interconexão de dados, de acordo com a tecnológica alemã DE-CIX.

Num estudo realizado para marcar os cinco anos da empresa em Portugal, concluiu-se que o país, apesar não ter a pujança económica da maioria dos FLAPS (Frankfurt, Londres, Amesterdão, Paris e Estocolomo), conseguiu impor-se enquanto centro de interligação capaz de gerir fluxos de tráfego internacional destinados à Europa ou atuar como uma zona de trânsito.

Entre os motivos está o facto de, nos últimos oito anos, Portugal ter tido um aumento da velocidade média de ligação à Internet, de 12,6 Megabits por segundo (Mbps) para 119 Mbps, o que representou um crescimento exponencial de 844% e uma subida de 15 lugares no ranking mundial de velocidade média de ligação à Internet, da 37ª posição para a 22ª.

Quanto a investimentos nas infraestruturas nacionais, Portugal está no terceiro lugar na Europa em termos de conectividade Fiber to the Home / Building (FTTH / B), com uma taxa de penetração de 71,1% (2023) e tem 33 centros de dados (data centers), dos quais 20 estão nas proximidades de Lisboa, embora também haja um de dimensões significativas na Covilhã.

“Esta análise revela os progressos notáveis que Portugal fez no desenvolvimento da sua infraestrutura digital e na dinamização de vários sectores. Assistimos a um crescimento significativo, com o número de redes ligadas a triplicar desde o início das nossas operações. A localização estratégica da DE-CIX Lisboa minimiza a latência na troca de dados, apoiada por ligações diretas por cabos submarinos à América do sul e ligações futuras à costa leste dos EUA. A baixa latência é crucial para os serviços digitais, frequentemente considerados a nova moeda da era digital”, comenta o CEO da DE-CIX, Ivo Ivanov, sobre o estudo.

A principal razão para a escolha de um destino para o tráfego internacional é a disponibilidade dos conteúdos e serviços através de redes de distribuição de conteúdo (ou CDN – Content Delivery Network) como Akamai, CDN77, Cloudflare, Fastly, entre outros, ou fornecedores de cloud, entre os quais AWS, Google, Microsoft (Azure) e por aí adiante.

“Embora vários CDN tenham estabelecido presença em Portugal através de um Internet Exchange (IX) ou de um ponto de presença noutro local do país, os fornecedores de serviços cloud ainda não estabeleceram uma presença substancial no país”, lê-se no relatório “Portugal: A Global Interconnection Hub, a Gateway to Europe, a Gateway to the World”, da autoria de Serge Radovcic e Paul Rendek, que destacam a exceção da Google Cloud devido à cloud on-ramp (ligação direta e privada dentro de centro de dados) em Lisboa.

O futuro também parece promissor, como destacam estes especialistas em tecnologia. Até 2026, prevê-se que as iniciativas de amarração de cabos submarinos em Portugal se estendam a 115 estações de amarração de cabos em todo o mundo estabelecendo ligações diretas por cabo com nada menos que 60 países nos cinco continentes e estendendo-se até à Austrália.

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