Portugal encontra-se entre os dez países do mundo onde a energia eólica e solar fotovoltaica pesam mais na produção total, segundo um estudo do REN21, um ‘think tank’ dedicado às energias renováveis.
Nos rankings anuais, as energias renováveis têm vindo a ganhar peso face às energias fósseis em Portugal. Apesar de a energia hídrica ter habitualmente um grande peso no mix de energias renováveis, com o crescimento da energia eólica e solar estas duas fontes têm vindo a ganhar o seu próprio espaço na eletricidade verde.
Em todo o mundo, a energia eólica e solar representaram apenas 9% da eletricidade produzida em 2020. Mas estas duas renováveis estão a ganhar peso em todo o mundo, chegando a pesar mais de um quinto na produção de eletricidade em vários países, conclui o centro sediado em Paris no seu estudo anual onde faz um balanço sobre o estado das renováveis.
A Dinamarca lidera este ranking (com um peso de 63%), seguida pelo Uruguai (43%), Irlanda (38%), Alemanha (33%), Grécia (32%), Espanha (28%), Reino Unido (28%), Portugal (27%) e Austrália (20%), que entra pela primeira vez neste ranking, segundo a análise da REN21.
Entre os 15% e os 20% encontram-se vários países: Honduras, Suécia, Bélgica, Chile, Nicarágua e Itália. Esta análise não inclui vários países pequenos que registam uma produção baixa de eletricidade ou que contam com altos níveis de importação de eletricidade.
Apesar dos avanços nas energias renováveis, o peso dos combustíveis fósseis no mix energético continua a ser tão elevado como há uma década (80,3% antes contra 80,2% registados hoje).
No seu relatório anual a REN21 destaca que “mesmo com o declínio histórico no consumo de energia no ano passado [em 2020], os cinco países do G20 com metas de energia renovável para 2020 tiveram dificuldades para atingi-las. Os outros 15 nem sequer tinham metas”.
“Estamos acordando para a amarga realidade de que as promessas da política climática nos últimos dez anos têm sido, em sua maioria, palavras ocas. A participação dos combustíveis fósseis no consumo final de energia não se moveu um centímetro. Eliminá-los gradualmente e tornar as energias renováveis a nova norma são as ações mais fortes que podemos tomar”, disse em comunicado a diretora-executiva do REN21, Rana Adib.
“Os governos não devem apenas apoiar as energias renováveis, devem também desmantelar rapidamente a capacidade de combustíveis fósseis. Uma boa maneira de acelerar o desenvolvimento é fazer da absorção de energia renovável um indicador-chave de desempenho para todas as atividades económicas, todos os orçamentos e todas as compras públicas. Portanto, todos os ministérios deveriam ter metas e planos de curto e longo prazo para fazer a transição para a energia renovável, juntamente com claras datas finais para os combustíveis fósseis”, defende a responsável.
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