As previsões de outono da Comissão Europeia publicadas nesta quinta-feira tiveram sabor agridoce para Portugal. Recebeu elogios e apareceu como exemplo de que é possível aliar crescimento económico e consolidação orçamental. Por outro, o ambiente externo está a degradar-se e o surgimento de pressões recessivas a nível global trazem incerteza quanto à capacidade de resistência da economia.
O tom com que a Comissão avalia a situação da Europa é indicativo. Pela primeira vez nos últimos anos a palavra “recessão” é timidamente referida para qualificar uma possibilidade que se põe à economia global. Num contexto de “incerteza elevada” e num “ambiente externo muito menos favorável”, Bruxelas admite que o crescimento global deve cair este ano para “um nível que geralmente é considerado um sinal de recessão global”. Os impactos na Europa já se sentem. O crescimento previsto para a zona euro foi revisto em baixa, para 1,1% este ano e 1,2% no próximo. “A economia europeia entrou num período prolongado de crescimento moderado e baixa inflação”, refere o relatório.
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