Talvez Portugal não cresça e não se modernize porque o dirigismo político se preocupa mais em ganhar eleições, em gerir os tacticismos do que viver com o propósito de desenvolver Portugal.

Todo o panorama político anda à volta da sobrevivência do líder de um partido e do resultado de eleições. É claro que as eleições são importantes e o seu resultado é decisivo para tomar posição num eventual Governo e na Câmara Legislativa – o Parlamento – mas creio que seria mais óbvio protagonizar a política pela sua essência e não tanto pela sobrevivência dos partidos e dos seus dirigentes.

Ser protagonista ou querer ser protagonista da vida política, deveria ter apenas uma causa – desenvolver a vida dos cidadãos.

Pelo contrário, há anos que estamos com a vida a piorar e os dirigentes nacionais parecem estar num outro mundo. Há anos que não se vislumbra, não se sente, um político em quem a gente possa dizer, com frontalidade e convicção – “É este. Este dá-me esperança”.

Precisamos de votar a sentir essa forte convicção! Não o voto porque somos de esquerda ou de direita, não o voto neste porque naquele é que não, não o voto porque sempre votei neste partido e, claro, não perder a esperança e deixar de votar. Seria muito bom que votássemos como se o voto fosse a decisão de um depósito a prazo. Queremos que valha a pena.

É mais fácil reconhecer o umbigo dos dirigentes partidários do que uma verdadeira intenção sobre as pessoas, sobra a sua riqueza, sobre a sua a saúde, sobre a sua felicidade ou um legado para as pessoas futuras.

Portugal tem estado órfão de um líder carismático.

Enquanto se entretêm à volta das questiúnculas político-partidárias, os dirigentes esquecem a sua verdadeira missão – a qualidade de vida dos cidadãos. Por isso, apesar de Portugal ter infraestruturas modernas, os cidadãos têm uma cultura de sobrevivência. Vivem com medo do amanhã.

Portugal precisa de um líder que nos dê a esperança para:

  1. Deixar de sobreviver e passar a viver com o conforto de quem vê algum futuro, seu e dos descendentes;
  2. Sentir que estamos a ser dirigidos por políticos sérios, afastados das trafulhices e dos esquemas de influências;
  3. Viver a confiar nas instituições, no médico, no padre, no polícia, no advogado, no juiz, no político, num país em que todos se consideram;
  4. Renovar o respeito pelo sistema político e sermos respeitados uns pelos outros.

Ao novo Governo peço para não “estragar” o dinheiro dos portugueses. Um orçamento mal construído ou mal gerido é um gasto sério para os portugueses, porque já têm pouco.

Peço aos altos dirigentes nacionais para que não “desviem” o dinheiro dos portugueses. É verdade que as tentações existem, mas resistam, por favor. Por vocês e por Portugal.
Desejo a todos, força mental para resistirem a esses impulsos materiais que destroem muito mais do que o próprio valor da coisa em si.

Faço votos para que todo o dinheiro público seja canalizado para o enriquecimento dos cidadãos porque só assim cresceremos em bloco, como um povo que caminha em sentido económico único.

Portugal precisa, mais que um Governo formal, mais que um primeiro-ministro, precisa de um líder que nos traga a motivação em estarmos aqui, em Portugal.
Precisamos de um líder que nos mate a saudade! Sim, precisamos de uma liderança carismática que nos mate as saudades de Sá Carneiro, as que já brotam de Mário Soares e as que virão de Cavaco Silva.

O puro carisma da liderança começa no propósito genuíno em querer desenvolver e motivar a vida das pessoas a viver em Portugal. O verdadeiro carisma da liderança vem unicamente daí, em querer melhor para o seu povo e ser reconhecido por tal. Apenas isso. Pode ser ousadia minha, mas, hoje, sinto que estamos perante algo diferente. As últimas semanas mostraram-me coisas que me levam a crer que podemos estar perante o nascimento de um carisma ímpar na liderança do Executivo.