A Comissão Europeia atualizou esta semana as suas previsões económicas e reviu em alta o crescimento da zona euro, de 4,3% para 4,8% em 2021, e de 4,4% para 4,5% em 2022.

Mas esta melhoria vem de outros países que não Portugal, pois para nós as previsões intercalares ficaram intactas, mantendo em 3,9% para o corrente ano e 5,1% para 2022. Ou seja, o nosso crescimento será 0,4% abaixo da média da União.

Estas projeções e suas atualizações são centradas na reabertura das economias, em função da vacinação e imunização, que está a permitir uma retoma mais acelerada.

Se na Europa (em média) é assim, as revisões em alta de seis décimas para o crescimento de 2021, não estão a surtir os mesmos efeitos em Portugal, pois não é despiciendo considerar que assim como acontece na Europa, para a retoma ter lugar, Portugal terá de manter os apoios sociais e à economia pelo tempo necessário. Apesar do atual controlo da pandemia, a variante Delta é uma nova realidade, bem como o reflexo de que ainda não saímos totalmente desta emergência sanitária.

Na verdade, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nacional dará um contributo “significativo” para o crescimento da economia, na qual o consumo privado e o investimento terão um papel decisivo na recuperação, assim como as exportações, com o esperado crescimento do comércio internacional.

Estima-se que só este efeito do PRR, no corrente ano e em 2022, tenha um impacto no total da riqueza nacional equivalente a 1,2% do PIB da União Europeia em 2019, o que é absolutamente relevante. Apesar de tudo, espera-se um baixo nível de crescimento da taxa de inflação, que se estima ficar abaixo de 1% (0,8%) em 2021 e 1,1% em 2022.

É urgente a retoma do nosso crescimento, e não, não se pode situar abaixo da média da União para não perdermos competitividade. Urge apoiar, gastar bem o PRR, gerar emprego e crescer. Vamos, sem medos, lutar por um país mais justo, solidário, a gerar riqueza, a retomar o poder de compra, a criar mais retribuição e menos precariedade. Esta é uma luta que valerá sempre a pena.