Face ao caos instalado não teremos outra saída que não seja a mudança.
O Governo para além de moribundo parece já estar morto. Aliás, parece ter sido “assassinado” por si próprio. Pelos seus pares. Mas parece premeditado. Esperemos que não seja mais uma manobra do Partido Socialista para evitar governar e estar num período tão difícil e desafiante como o que se avizinha.
De facto, hoje, já não basta o foco pela preservação do poder a todo o custo, como nos ensinou Maquiavel em 1513 (a ainda teoria política vigente). Hoje, a meu ver, é preciso “saber-fazer”, como sempre nos lembrou o Professor Adriano Moreira.
Portugal merecia e merece mais.
Não podemos mais viver com uma sociedade, maioritariamente, constituída por “culambistas” (como bem define Miguel Esteves Cardoso) ou de “rêmolas”, que sobrevivem com os restos dos “tubarões” (como bem descrevia Padre António Vieira).
A corrupção e a incompetência reinam em Portugal. Mas já reina há muito tempo, como retratava Eça de Queiroz em “uma campanha alegre” ou descrevia Guerra Junqueira em “Pátria”.
Basta ler. Basta conhecer a nossa História. Basta pensar. Para depois, com propriedade, se poder ousar fazer e, se necessário como me parece ser hoje, arregaçar as mangas e mudar.
Precisamos de uma nova gente. De novos agentes. De uma classe política refrescada e refrescante. Com Mundo. No fundo, precisamos de um novo pensamento, de novos caminhos e da necessária estratégia nacional de longo prazo para Portugal.
Com as mesmas premissas, não poderemos, mesmo, esperar resultados diferentes. Está visto. Já passaram mais de 48 anos. A oportunidade foi dada a uma geração que ousa deixar o nosso País numa situação pior do que quando teve a oportunidade de receber e de poder tentar transformar.
Precisamos, por isso, de um Portugal com futuro para conseguir navegar num tempo tão desafiante como o que teremos pela frente nos próximos anos.
Tenho 37 anos, sou pai de quatro filhos, sou jurista, gestor e empresário. Penso e vivo Portugal há muitos anos. Apesar da genica e energia que me caracteriza, não posso deixar de confessar que estou cansado disto. Estou farto de tanta incompetência e podridão.
Antigamente, para mudar Portugal hasteávamos a bandeira nos Paços do Conselho. E hoje, como será?
Será que teremos a possibilidade de poder mudar o actual regime obsoleto como outros, antes de nós, ousaram mudar? Será que a liberdade e a tão apregoada democracia se deixará rejuvenescer, actualizar e melhorar?
Hoje, quem quer mudar o que é preciso mudar, quem pensa, quem é livre, já não é o valor a preservar, mas o “inimigo” a abater. Esperemos que em 2023 possamos ter mais, diferente e melhor. Um bom ano.
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.